Um levantamento feito pelo Jornal da Manhã junto à rede farmacêutica de Pará de Minas confirmou o que muitos já sabiam – nunca se vendeu tanta ivermectina como agora. A surpresa está nos números, já que a venda desse vermífugo aumentou quase dez vezes aqui no município.
Bom, mas aí você vai perguntar: isso está acontecendo somente em Pará de Minas? Não, a explosão das vendas está por todo lado. Em Minas Gerais, o crescimento nas vendas corresponde a quase nove vezes.
Traduzindo em números: até 2019, 609 caixas de ivermectina foram vendidas no território mineiro. Em 2020 foram mais de cinco milhões e pelo atual comportamento dos consumidores, os números de 2021 vão superar esta marca.
No Brasil o consumo desse medicamento também disparou, motivo que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a recomendar que as pessoas não façam uso dele em casos de covid. Tem gente que está ingerindo comprimidos a cada 15 dias e esse uso indiscriminado já causa efeitos negativos na saúde de muitas pessoas.
Há relatos médicos de pacientes na fila de espera para um transplante de fígado devido à intoxicação pelo excesso de invermectina. Quando o remédio é receitado para infecções parasitórias é seguro nas dosagens habituais.
O risco ocorre quando as pessoas ingerem os comprimidos acima das doses consideradas normais e por muitos dias. O fígado é o órgão que recebe o sangue e faz a primeira metabolização dos medicamentos.
A OMS também critica as farmácias que fazem promoções de ivermectina e de outros medicamentos associados ao chamado tratamento precoce. O órgão considera a atitude imoral por contribuir para o uso irracional de medicamentos.
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