O movimento realizado por proprietários e demais profissionais ligados às academias em Pará de Minas não surtiu o efeito esperado. Apesar de uma carreata pela manhã e da vigília na porta da prefeitura à tarde, o Comitê de Enfrentamento à Pandemia de Covid-19 não autorizou a reabertura desses espaços. A decisão foi tomada na tarde de ontem, durante a reunião dos membros do comitê. O grupo optou por respeitar o decreto estadual da Onda Roxa, definido pelo governo de Minas, que não permite o funcionamento das academias.
Segundo o procurador Jurídico do município, Hernando Fernandes da Silva, além de obedecer as regras estaduais, a prefeitura entende que o cenário atual não permite a flexibilização, pois estamos vivendo uma disparada de casos e pouca oferta de leitos na rede de saúde. Qualquer autorização para funcionamento só será dada mediante a melhora dos indicadores de infecção e capacidade hospitalar.
Como já era esperado, os profissionais que trabalham nas academias ficaram bastante decepcionados com a decisão do Comitê. Eles organizaram um manifesto dividido em duas etapas. Pela manhã, cerca de cem manifestantes participaram de uma carreata pelas principais ruas da cidade. Já no período da tarde, se concentraram com faixas e cartazes em frente à prefeitura, na Praça Afonso Pena, durante a reunião do Comitê, numa tentativa de sensibilizar os representantes.
Ao tomar conhecimento da recusa eles voltaram a protestar, alegando que o município está atropelando a legislação. Falaram conosco os educadores físicos Thavios Nogueira Melo Júnior e Maria Diniz.
A lei mencionada por Thavios Melo e Maria Diniz é a 6.531/21, sancionada há menos de dois meses pelo prefeito Elias Diniz. Ela reconhece o serviço prestado por academias de ginástica ou estabelecimento similar como atividade essencial à saúde. O texto ainda diz que “define-se como academia de ginástica ou estabelecimento similar o local equipado com aparelhos para a prática de musculação, ginástica, pilates, hidroginástica, artes marciais e outras atividades físicas”.
A lei, no entanto, não foi mencionada ou comentada nas discussões do comitê. Ainda segundo informações apuradas pelo JM, apesar da frustração de ontem a mobilização pelo retorno continuará.
Fotos: Rádio Santa Cruz FM/Amilton Maciel e Eduardo Franco