A bola de neve de problemas provocada pela pandemia de covid-19 obrigou os comerciantes a sair da zona de conforto e explorar novas possibilidades de vendas. Num mundo em constante transformação, especialmente agora com o isolamento social, quem não se adaptou às mudanças perdeu mercado e pode não conseguir mais se destacar no tão esperado pós-pandemia.
Enquanto muitos empresários reclamam, outros tomam atitude e se apoiam na tecnologia para chegar até o cliente. A aposta está nas redes sociais, plataformas que estão em alta e proporcionam todas as ferramentas necessárias para divulgar, interagir e vender. Na verdade, os meios virtuais já possibilitavam esses benefícios antes mesmo da pandemia, mas eles eram pouco explorados pela maioria dos comerciantes.
Agora, diante da necessidade, empresas de pequeno, médio ou grande porte investem nas redes sociais, reconhecendo o potencial. A divulgação dos produtos e promoções é feita através de postagens de fotos ou vídeos e das populares lives, que são transmissões ao vivo. O objetivo das lojas é ir além do conceito de mostrar o que está sendo vendido, passando ao consumidor a certeza de que aquele produto ou serviço vai resolver seu problema.
Quem tem explorado este mercado com muito sucesso é o Grupo Serjão, que possui seis lojas em Pará de Minas. Segundo o gerente geral, Marco Antônio Oliveira, o grupo sempre olhou com carinho para as redes sociais, mas inicialmente a ideia era apenas de exposição. Com a vigência da Onda Roxa veio a necessidade do novo canal de vendas e foi aí que as lojas perceberam o potencial que as redes sociais têm.
O grande destaque do grupo Serjão está nas lives realizadas em seu perfil principal no Instagram. Marco Antônio explica que, em média, são feitas três transmissões ao vivo por semana no horário de pico da rede social, a partir das 18h
As lives atraem milhares de pessoas simultaneamente e, como não poderia ser diferente, o engajamento resulta em vendas. O diferencial está no planejamento feito a cada transmissão, levando em consideração a demanda do consumidor.
Questionado se uma live já rendeu mais vendas que um dia de loja aberta, o gerente do grupo Serjão disse que é difícil fazer esse balanço, pois depende do pós-live e do contato com o cliente. No entanto, admitiu que as vendas são boas e tem ajudado o faturamento das lojas.
Os resultados são tão positivos que o grupo planeja manter a ação mesmo quando as lojas reabrirem. E essa é também uma tendência do comércio local, segundo avaliação da Associação Empresarial de Pará de Minas (Ascipam). Em entrevista ao JM, o presidente Milton Guimarães garantiu que as vendas pelo meio digital vieram para ficar.
A adaptação do comércio físico ao e-commerce foi pauta de uma pesquisa recente do Sebrae. Segundo o levantamento, a proporção de empresas que comercializam produtos e serviços online subiu de 54% para 70%. A plataforma mais usada pelos entrevistados da pesquisa é o WhatsApp, com 84% da preferência, seguido pelo Instagram, com 54%, e o Facebook, que é usado por 51% dos empresários.
Fotos: Arquivo Pessoal e Rádio Santa Cruz FM
