A Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT) já está em conversações com o governo federal para amenizar o impacto da crise energética nas indústrias do setor.
A preocupação é com a possibilidade de um racionamento ou mesmo de um apagão neste segundo semestre, em decorrência da longa estiagem que assola boa parte do país e coloca em cheque a produção de energia elétrica nos principais estados brasileiros.
Soma-se a isso o aumento expressivo na conta de luz já que, atualmente, o modelo de tarifação de energia é a bandeira vermelha nível dois, na qual os consumidores pagam uma taxa adicional de R$ 6,24 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.
A entidade revelou que tem buscado alternativas para o setor, como a possibilidade de produção de energia por geradores próprios em horários de pico, incentivos para empresas que reduzam o consumo, entre outras soluções, mas ainda não há definição que amenize os custos para os empresários.
Em Pará de Minas a Coopertêxtil, uma das mais tradicionais da região, tem sentido na pele a crise energética brasileira. Conforme apurou o Jornal da Manhã, a conta de luz da cooperativa no último mês foi de R$ 175 mil.
O diretor Júlio Morais declarou que esta é uma realidade muito dura, pois paralelamente a esse problema, a indústria têxtil precisa lidar com outros obstáculos do dia a dia.
Júlio Morais também citou que a pandemia é outro desafio para o setor. A paralisação do comércio em boa parte do país, desde o ano passado, refletiu diretamente na produção e na venda da indústria.
Mas apesar de tantos obstáculos, que não são poucos, a direção da Coopertêxtil espera bons frutos das negociações com o governo federal. O empresário Júlio Morais se mostra otimista em relação à recuperação da economia nacional puxada, especialmente, pela vacinação anticovid. Essa também é a perspectiva da ABIT, que prevê para este ano um crescimento de 7,4% do volume de produção de manufaturas têxteis.
Fotos: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM