É péssima a repercussão do aumento do fundo eleitoral para 2022 no Brasil. Já aprovado pela Câmara dos Deputados e o Senado, o projeto agora só depende de sanção da presidência da república.
O novo fundo vai subir de R$2 bilhões para R$5,7 bilhões e será rateado pelos partidos para custeio das campanhas eleitorais do ano que vem. O rateio leva em consideração as bancadas no Congresso Nacional, quanto maiores mais alta será a cota parte da divisão.
Para se ter ideia do tamanho do fundo eleitoral ele é maior do que o orçamento total de alguns ministérios, caso do Meio Ambiente; Mulher, Família e Direitos Humanos; Turismo e Relações Exteriores.
Além disso, corresponde a mais que todo o recurso previsto para investimento ao longo de 2021 em outras pastas, caso da Agricultura, Defesa, Infraestrutura, Comunicações, Saúde, Ciência e Tecnologia, Infraestrutura e Comunicações.
A votação causou indignação no país diante de tantos problemas graves enfrentados pela população, sobretudo a de baixa renda. E mais ainda porque o financiamento público continuará predominando nas campanhas.
Com esse dinheirão todo à disposição dos partidos a perspectiva é de aumento do número de candidatos porque suporte financeiro não deve faltar. A votação aconteceu em Brasília, mas repercutiu nas Assembleias Legislativas e em Minas Gerais não foi diferente, com a maioria dos deputados também impactados pelo alto valor.
O deputado Inácio Franco falou ao Jornal da Manhã. Indignado com os números ele também frisou que o dinheiro do fundo eleitoral costuma ser usado principalmente pelos presidentes dos partidos:
Deputados do partido Novo tentaram derrubar o aumento dos recursos, mas tiveram o pedido rejeitado pela maioria. Até 2015, as grandes empresas, caso dos bancos e empreiteiras, eram as principais responsáveis pelo financiamento das candidaturas. Naquele ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a doação empresarial sob o argumento de que o poder econômico desequilibra o jogo democrático.
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