Entidades e associações que representam os caminhoneiros avaliam a possibilidade de realizar uma paralisação nacional a partir de domingo, que é o Dia do Motorista, com a perspectiva do movimento crescer na segunda-feira, dia 26. Há um descontentamento de parte da categoria com promessas não cumpridas pelo governo federal e com as altas recentes do preço do óleo diesel.
Entre as insatisfações, também são citados o fim da isenção do PIS/Cofins sobre o diesel, os preços elevados dos insumos para o transporte de cargas e a falta de fiscalização do piso mínimo do frete. Algumas entidades já decidiram apoiar a interrupção das atividades, mas reuniões ainda serão realizadas para definir a posição da categoria.
O presidente da Associação Nacional do Transporte no Brasil, José Roberto Stringasci, informou que muitas entidades que na outra oportunidade foram contrárias à paralisação, desta vez estão a favor. Segundo ele, as lideranças e os próprios caminhoneiros já perceberam que se não for feito algo a categoria dos motoristas autônomos será extinta.
Pelas mensagens em grupos de WhatsApp, que é a rede social que serve como principal meio de mobilização da categoria, os organizadores apostam que o movimento será grande, pois a insatisfação dos caminhoneiros com o governo só aumenta. No dia 29 de junho a categoria se reuniu com o presidente da Petrobras, general Silva e Luna, para mostrar a preocupação com o preço dos combustíveis.
E ao contrário da solução buscada, houve mais um aumento. Os motoristas não estão vendo sentido na argumentação do presidente Bolsonaro, que culpa os tributos cobrados por governadores pelo aumento do preço dos combustíveis. A perspectiva de uma nova greve já está movimentando os sindicatos e em Pará de Minas não é diferente.
Durante todo o dia de ontem, o Sindicato dos Rodoviários recebeu ligações telefônicas de motoristas em busca de informações e opinião a respeito do movimento que está sendo articulado. Mas o presidente da entidade, Francisco Ferreira Borges, preferiu não manifestar. Ele também preferiu não conceder entrevista ao Jornal da Manhã, afirmando que ainda é muito cedo para qualquer avaliação.
Perguntado se acredita na greve, Borges se esquivou alegando que qualquer opinião agora pode ser mal interpretada. No entanto, deixou escapar que para um movimento forte, de repercussão nacional, ainda falta muito.
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