Não foi só a quarentena junto com o agressor, ao longo da pandemia, que aumentou a violência contra as mulheres, como muitos chegaram a pensar. Na maioria dos casos a raiz do problema está no bolso e é decorrente da perda de autonomia financeira, causada pelo desemprego.
A informação está bem visível na nova pesquisa sobre a vitimização das mulheres no Brasil, que foi realizada a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Logo nos primeiros meses da pandemia, no ano passado, a violência doméstica disparou sendo registrada nos boletins de ocorrência da Polícia Militar, fora os casos em que as vítimas tiveram medo de denunciar.
A convivência excessiva foi considerada vilã da crise, mas o tempo mostrou que o que mais pesou, na verdade, foi a carteira vazia. O índice de desemprego aumentou bastante e, em muitos casos, só as mulheres mais abastadas ou com nível de escolaridade maior conseguiram se manter na atividade profissional, trabalhando em home-office.
Os números assustam e revelam claramente a dura realidade. Segundo o levantamento, 62% das mulheres sofreram mais violência dentro da própria casa e 50% delas tiveram perda de emprego ou redução de renda familiar. Uma em cada quatro mulheres brasileiras acima dos 16 anos afirma ter sido vítima de violência ou agressão nos últimos meses.
Isso significa que 17 milhões de mulheres sofreram violência física, psicológica ou sexual. Estratificando ainda mais os números: a cada minuto, oito mulheres apanharam no país durante a pandemia. A Delegacia de Mulheres em Pará de Minas ainda não levantou as estatísticas a respeito, mas confirmou que por aqui também houve crescimento expressivo na violência contra as mulheres.
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