Várias cidades mineiras registraram ontem mortes causadas pelo próprio extermínio e os fatos provocaram reação imediata de psicólogos e psiquiatras, que alertam as famílias em geral para o risco da situação piorar. Eles são unânimes em afirmar que o número de atentados contra a própria vida vem crescendo muito em Minas Gerais.
A confirmação disso está no número de chamadas atendidas pelos voluntários do Centro de Valorização da Vida, o CVV. Para se ter ideia, no primeiro semestre deste ano foram quase 38 mil chamadas, contra 24 mil em 2020. A instituição que presta apoio emocional e prevenção ao suicídio por meio da escuta ativa recebe mais de mil ligações por dia e elas chegam de pessoas de todas as idades.
Isoladas, com rotinas alteradas, perdas em função da pandemia, relacionamentos frustrados e sem enxergar uma luz no fim do túnel, muitas pessoas estão se sentindo presas e sozinhas. Para se livrar dos medos, das aflições e das angústias é que muita gente liga para o CVV, encontrando do outro lado da linha telefônica pessoas bem preparadas para ouvi-las.
Os psicólogos elogiam o serviço voluntário e defendem mudança de comportamento imediata da sociedade que ainda trata do tema “suicídio” com muito tabu. A opinião dos especialistas é totalmente contrária. Na visão deles, quanto mais se falar do assunto, mais pessoas desistirão de dar cabo à vida. A própria Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece hoje a necessidade de se falar da temática e pede que a mídia fale do assunto.
Os especialistas concordam, afirmando que se a mídia não fala, menos gente terá condições de buscar ajuda. A questão não é deixar de falar e sim falar de forma responsável. E para quem está sem vontade de viver e precisando de um ombro amigo para ouvir suas aflições, mesmo que seja via telefone, o número do CVV é o 188. O atendimento acontece com total sigilo, 24 horas por dia.
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