A redução do ICMS, anunciada nesta semana pelo governo de Minas, não deve diminuir o preço do diesel nas bombas. Pelo menos esta é a avaliação dos sindicatos que representam os caminhoneiros e os postos de abastecimento. A taxa cobrada passará de 15% para 14% a partir da próxima segunda-feira, mas é seguida por uma série de altas do valor da base de cálculo neste ano.
Os sindicatos continuam pressionando o governo estadual pelo congelamento do cálculo do preço médio. Eles também pedem providências para redução da alta da gasolina e do etanol. Os tanqueiros também questionam a eficácia da medida estadual e pedem que a alíquota do ICMS sobre o diesel volte ao patamar de 2011. E mesmo a redução de 1% no ICMS não atende a categoria, quer cobra redução para 12%.
Já os donos dos postos avaliam que a decisão de reduzir o valor do combustível precisa partir das distribuidoras, já que o varejo dos combustíveis é apenas a ponta. Na visão deles, se a distribuidora abaixar o preço do diesel, ele cai na bomba. Enquanto isso, o preço médio da gasolina nos postos brasileiros atingiu o maior valor desde que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) começou a publicar os preços semanais de venda dos combustíveis, no ano de 2002.
Na maioria dos postos o produto já passou dos R$7,20 e já tem lugares que está sendo vendido a quase R$8,00. E sobre o álcool, a justificativa para a alta do preço está no fato de termos enfrentado a pior seca dos últimos 90 anos, impedindo que a produção de etanol fosse suficiente para atender a crescente demanda pelo combustível.
Segundo a entidade que representa a categoria – o Siamig – o alto preço do biocombustível nos postos acontece especialmente devido às perdas que os produtores tiveram na safra deste ano. A expectativa da colheita para este ano era de 605 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, mas o setor só contou com 520 milhões de toneladas no país. Em Minas Gerais a previsão inicial era de 71 milhões de toneladas de cana, mas foram colhidas 66 milhões.
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