Os óbitos por doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, dispararam na pandemia. Para se ter ideia da nova realidade, perto de cem pessoas morreram diariamente em Minas Gerais nos últimos meses, por causa delas.
Mas a covid-19 não pode ser totalmente responsabilizada por essa alta taxa de mortalidade, porque atrás de muitos casos existem a falta de cuidado e de prevenção.
De um modo geral, os brasileiros são relapsos em relação à própria saúde. A maioria das pessoas não mantém alimentação saudável, nem pratica atividade física regularmente e o resultado aparece nos consultórios médicos e nos hospitais.
Neste ano, as mortes por doenças cardiovasculares ocorridas dentro de casa, e não em hospitais, subiram 62%. O índice também reflete o abandono do controle dos fatores de risco, como hipertensão, diabetes e obesidade durante a pandemia.
O cardiologista Rômulo Flister, da Clínica AmorSaúde em Pará de Minas, admite que a situação é das mais preocupantes e com tendência de agravamento, se a população não rever os hábitos:
O cardiologista Rômulo Flister também confirmou que o coronavírus pode levar a problemas cardiovasculares, tanto durante a infecção quanto depois dela, já que o vírus gera uma resposta inflamatória no corpo.
E a certeza do impacto que as doenças cardiovasculares está causando no mundo está na constatação de que elas passaram a matar mais que o dobro de todos os tipos de câncer juntos:
A expectativa dos especialistas da área é que em 2022, sem a força da covid-19, as pessoas voltem a fazer o controle adequado. As agendas estão ficando cheias de pessoas que deixaram de ir ao médico e também daquelas que apareceram com problemas cardíacos agora.