Faltando poucos dias para o fim das votações sobre reajustes salariais para o funcionalismo público – já que estamos em ano eleitoral e o calendário só permite isso até primeiro de abril – representantes do SindUte aceleram a campanha em favor do novo piso salarial em Minas Gerais para os profissionais da educação.
A categoria está em greve, motivada pela insatisfação com a proposta do governo Zema de oferecer apenas uma revisão de 10,06%, considerando a inflação oficial dos últimos 12 meses. O projeto de lei já foi aprovado em primeiro turno na Assembleia Legislativa, recebendo muitas emendas. Uma delas propõe que, além da revisão, seja concedido um aumento de 23%. A soma dos dois índices cobre o novo piso determinado pelo governo federal, no valor de R$3.845,00.
A expectativa do SindUte é de conseguir o apoio dos deputados mineiros na aprovação da emenda que propõe o reajuste. O sindicato está fazendo mobilizações em todo o estado. Em Pará de Minas, representantes da categoria se reuniram com o deputado Inácio Franco, conseguindo a promessa do voto favorável. O parlamentar justificou seu posicionamento com o fato de já existir recursos para custeio dos vencimentos:
O deputado Inácio Franco também defendeu que investimentos na educação nunca foram tão essenciais como agora. Segundo ele, sem a valorização da categoria, a qualidade do ensino vai piorar:
O coordenador do SindUte em Pará de Minas, Rondinelli Alves, espera que a maioria dos deputados mantenha essa linha de raciocínio.
E enquanto o projeto tramita na Assembleia Legislativa, os servidores da educação continuam em greve, mesmo com a vigência da liminar do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinando a suspensão do movimento.
Na última semana, inclusive, o desembargador Raimundo Messias Júnior rejeitou pedido protocolado pelo Sind-UTE de suspensão da liminar. Em nota, o sindicato disse que o mérito definitivo do recurso ainda não foi julgado, portanto, não há ilegalidade da greve e lançamento de falta comum, até que o processo tenha o seu mérito julgado de forma definitiva.
Em Pará de Minas, as Escolas Professor Wilson de Melo Guimarães e Ademar de Melo estão com as aulas suspensas. A Escola João Ferreira também deve paralisar as atividades a partir de hoje.
Outras instituições estão sendo afetadas parcialmente, como as escolas Fernando Otávio, Governador Valadares, Manoel Batista, Nossa Senhora Auxiliadora e Padre Libério. Nessas unidades, no entanto, algumas matérias somente não são lecionadas.
Foto: Ilustrativa/pixabay.com
Foto: Arquivo/Rádio Santa Cruz