A indústria têxtil mineira conseguiu superar diversos desafios pandêmicos para encerrar 2021 com um crescimento na casa dos 11% e, juntamente às confecções, gerar mais de oito mil vagas de empregos diretos.
Este cenário também foi acompanhado pelas indústrias de Pará de Minas, como no caso da Coopertêxtil, que sobreviveu ao momento. Mas o diretor da cooperativa, Júlio José de Morais, defende a necessidade de um realinhamento dos preços, para adaptação ao novo cenário econômico. Enxergando o encarecimento da matéria-prima e dos combustíveis, que deverá impactar logo a comercialização do tecido nacional, ele diz que o momento exige um reposicionamento das indústrias.
Júlio destaca que a alta dos insumos, assim como dos juros e da inflação, também fizeram a demanda do setor cair desde a virada do ano, dificultando a vida dos têxteis. Ele confirma que o momento não é bom, mas consegue ser otimista quanto a uma retomada, tão logo haja uma reação da economia nacional.
O diretor percebe que, diante de tantos problemas, a indústria têxtil nacional vem encolhendo a cada ano, perdendo espaço para os produtos importados. Acredita, inclusive, que só não há escassez de tecido no Brasil graças a indústria chinesa que alimenta os principais polos de confecção no país.
Perguntado se a guerra na Ucrânia já teria refletido também da indústria têxtil, Júlio explicou que não há um impacto direto, mas podem acontecer algumas interferências relativas à logística.
Foto: Arquivo/Rádio Santa Cruz