Dois movimentos contrários estão sendo observados com mais frequência no comércio de Pará de Minas – de um lado o avanço dos meios digitais e do outro a tradição das cadernetas e das notinhas de balcão. Levantamento feito pelo Jornal da Manhã, principalmente junto ao comércio de bairros, mostra que para não perder clientes, lojistas, donos de mercearias e de pequenos restaurantes voltaram a praticar vendas a prazo sem uso do cartão de crédito.
É fácil entender a realidade do momento: a maioria dos consumidores não tem dinheiro no bolso e muito menos crédito no cartão, por isso precisa fazer compras no sistema antigo. A falta de dinheiro também afastou muitos consumidores do centro da cidade e com isso eles passaram a prestigiar mais o comércio de bairro que, para manter a fidelidade, fortaleceu as vendas através das notinhas de balcão.
É mais arriscado? Sim, porque o calote pode acontecer com mais facilidade. No entanto, a grande maioria dos clientes está pagando em dia, até mesmo pela necessidade de manter o nome limpo para fazer outras compras. A confiança entre as partes é o que sustenta esse tipo de negócio e vem sobrevivendo ano a ano, inclusive passando de geração para geração. Da pandemia para cá as vendas nesta modalidade aumentaram.
E tem ainda outro fator que chama atenção: nunca se viu tantas empresas sendo abertas nas áreas residenciais. Além de fugir dos alugueis caros, elas estão em busca de ruas com trânsito menor e com foco na vizinhança. A aposta, especialmente de mercearias, lojas de utilidades e restaurantes pequenos, é vender com frequência para moradores próximos.
Agora, por outro lado, o Pix também continua crescendo por aqui, acompanhando a popularidade desse novo sistema de pagamento. Segundo levantamento de órgãos que monitoram o setor, 80% dos pequenos negócios já aceitam esta modalidade.
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