Trabalhadores de Pará de Minas que dependem de condução diária para Belo Horizonte continuam enfrentando dificuldade de deslocamento. A mesma situação é vivida pelos passageiros que precisam viajar para a capital ou a Região Metropolitana, em busca de atendimento de saúde.
A raiz do problema está no Terminal Rodoviário, onde estão sendo registradas frequentes inconstâncias nas linhas da empresa Santa Maria, uma das credenciadas para o trajeto. O Jornal da Manhã tem recebido muitas queixas dos passageiros que sofrem as consequências de chegar atrasados ao trabalho e aos outros compromissos.
Somente nestes últimos dias, de acordo com as denúncias, a linha deixou de percorrer o trajeto por quatro vezes, sem aviso prévio, deixando filas de espera de 10, 15 e até 20 passageiros. Os quadros de horário da Santa Maria também foram reduzidos ao longo do dia, forçando os passageiros a recorrer a outras empresas. Muitas vezes a espera é longa, comprometendo a agenda das pessoas.
A insatisfação com a Santa Maria não é de hoje, mas vem se agravando com o passar dos meses. A empresa, assim como outras, recebeu autorização para reduzir as linhas no início da pandemia por falta de passageiros. Com o abrandamento da Covid-19, sobretudo pelo avanço da vacinação em massa, as empresas retomaram a circulação normal de suas linhas, menos a Santa Maria que se recusa a manter o quadro de horários com número de passageiros deficitário.
Os passageiros cobram respeito e solução para o problema que é complexo e não pode ser resolvido em Pará de Minas. O Departamento de Trânsito da prefeitura não pode intervir por se tratar de linha intermunicipal. Já o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), ciente da situação, fez várias denúncias sobre a irregularidade das linhas. Elas são encaminhadas ao órgão superior, no caso a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, mais conhecida pela sigla de Seinfra.
É ela quem tem o poder de exigir solução e aplicar multas pelas infrações e, de fato, isso está acontecendo há vários meses. No entanto, a empresa tem apresentado recursos a toda autuação e enquanto os processos são analisados, o caso não se resolve. Funcionários do DER e da própria Seinfra confirmaram ao Jornal da Manhã, mediante pedido de anonimato, que a prestação de serviços da Santa Maria tem deixado muito a desejar.
Eles reconhecem o descumprimento frequente de horários, mas nada podem fazer além de registrar autos de infração. Nós procuramos a empresa, que tem guichê no Terminal Rodoviário, e recebemos a informação de que os funcionários daqui não têm autorização para se manifestar. Recorremos também a Belo Horizonte, onde fica a matriz da Santa Maria, e não tivemos acesso à direção da empresa, que é a única que pode falar do assunto. O espaço continua aberto.
Foto: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM
