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Bastidores do acidente que deixou trabalhador com ferro encravado na cabeça: inspeção mostra os acontecimentos

20/04/2022

O ambiente na obra onde um trabalhador ficou gravemente ferido em Pará de Minas, na tarde de segunda-feira, é dos mais tristes. Os operários continuam na lida, mas o silêncio predomina na maior parte do tempo, com lembranças do triste episódio. O acidente ocorreu no prédio em construção, que fica na esquina das ruas Francisca de Almeida e Ubirajara Campos de Almeida, na parte baixa do bairro São Luiz. O trabalhador de 32 anos, cujas iniciais são K.S.R., foi atingido por um vergalhão de ferro.

Ontem à tarde o Sindicato da Construção Civil enviou um representante até a obra, para levantamento das circunstâncias do acidente. O Jornal da Manhã acompanhou a inspeção feita por José Roberto de Souza e teve acesso ao local onde o trabalhador ficou ferido. K.S.R. foi atingido por um pedaço de ferro que se desprendeu do quarto andar da construção, ficando cravado na parte de trás do crânio. Ele recebeu os primeiros socorros no Hospital Nossa Senhora da Conceição e em seguida foi transferido para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, onde passou por cirurgia. Ele permanece internado no CTI e o estado de saúde é grave.

Segundo informações apuradas na obra, K.S.R. foi vítima do próprio descuido. No térreo da construção, ele amarrou vários vergalhões em um cabo de aço e providenciou a subida do guincho que não aguentou o peso e arrebentou. Como o trabalhador continuava no local, juntando mais vergalhões, ele não percebeu a tempo, sentindo na cabeça o forte impacto do ferro. Imediatamente foi socorrido pelos colegas, à espera do socorro do Corpo de Bombeiros e do Samu.

José Roberto também verificou que a obra conta com dez profissionais da própria construtora, mas o trabalhador ferido pertence a uma empresa terceirizada, que é responsável pela montagem do serviço de ferragem. Foi constatado também que a construtora fornece todos os equipamentos de segurança para os trabalhadores, mas ninguém soube informar se K.S.R. usava capacete na hora do acidente, já que ele estava sozinho na área lateral.

O encarregado da obra ainda informou ao representante do Sindicato da Construção Civil que todos os dias se reúne com os trabalhadores para repassar informações sobre o andamento da construção e sempre aproveita esses momentos para reforçar a necessidade do uso dos equipamentos de segurança.

Terminada a inspeção, José Roberto falou ao Jornal da Manhã.

Após a inspeção na área do acidente, o representante do sindicato solicitou da construtora a adoção de duas medidas preventivas urgentes na obra.

José Roberto também informou ao Jornal da Manhã que a grande parte dos acidentes que estão acontecendo no setor envolvem trabalhadores de empresas terceirizadas.

Ao fazer esta declaração, o sindicalista deixou claro que não estava se referindo à terceirizada do prédio onde ocorreu o acidente e sim falando da situação em geral. 
O Sindicato da Construção Civil está reunindo dados complementares do acidente para comunicar o fato ao Ministério do Trabalho, que deverá determinar uma perícia no local.

Os proprietários do empreendimento não acompanharam a inspeção do sindicato, apenas o encarregado geral da obra. Este é o segundo acidente de trabalho registrado na rua Ubirajara Campos de Almeida no prazo de seis meses. O primeiro ocorreu em outubro de 2021, na esquina da rua Caxambu, quando um muro caiu e atingiu três pessoas. Um idoso morreu e dois trabalhadores ficaram feridos.

Fotos: Myrtes Pereira/Rádio Santa Cruz FM



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