Cerca de 10% das pessoas que residem na macrorregião de saúde de Divinópolis vivem com a doença de chagas e não sabem. Esta é a constatação do Grupo de Trabalho em Doença de Chagas, que realiza um levantamento sobre a incidência da doença em todos os municípios da região.
Chagas é uma doença transmitida pelo inseto “barbeiro” e o agente causador é um protozoário denominado Trypanosoma cruzi. De acordo com Nayara Dornela, referência técnica do grupo, o número de barbeiros encontrados nas localidades não é a maior preocupação, já que o inseto não é visto com tanta frequência.
O que preocupa mesmo é o número de pacientes que já tiveram contato com o vetor há mais tempo e contraíram a doença sem saber. Segundo Nayara, a subnotificação é o que mais atrapalha no processo de monitoramento e tratamento dos casos.
Ainda segundo ela, apenas 10% dos pacientes são identificados e, entre eles, só 1% se submete ao tratamento adequado. Isso acontece porque quase 70% dos pacientes que desenvolvem a forma crônica de chagas não manifestam sintoma e por isso não sabem que estão infectados. Os outros 30% costumam desenvolver sintomas cardíacos ou digestivos e nem sempre relacionam os sintomas com a doença transmitida pelo barbeiro.
Nayara lembra que ainda não há cura para a doença de chagas, por isso as pessoas que testam positivo devem comparecer a uma unidade de saúde pelo menos uma vez por ano, para fazer o monitoramento. Nesta consulta periódica são realizados exames de sangue e avaliações que determinam o tipo de tratamento adequado.
São considerados comportamentos de risco para a doença, morar ou já ter residido em área rural, onde os barbeiros aparecem com maior frequência, e ter parentes próximos com chagas. Estas pessoas devem procurar uma unidade de saúde e solicitar uma avaliação.
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