Sufocados pela escalada dos preços dos alimentos, muitos comerciantes passaram a anunciar em seus estabelecimentos a cobrança de uma taxa de desperdício para o caso do cliente deixar comida no prato. Segundo levantamento feito pelo JM, as taxas criadas pelos comerciantes do setor variam de R$3,00 a R$7,00.
Eles justificam a iniciativa diante da grande quantidade de comida que está indo para o lixo. E os prejuízos decorrentes dessa falta de censo do consumidor aumentaram agora, já que os preços dos legumes e verduras estão nas alturas, sem falar na disparada da carne e dos outros alimentos.
Mas a cobrança da taxa de desperdício vem gerando polêmica na cidade. Os consumidores reconhecem que a estratégia está sendo usada para diminuir os custos dos restaurantes, mas não concordam com o pagamento. E essa divergência tem gerado discussões na cidade. Na semana passada, inclusive, por pouco um cliente não chegou às vias de fato com o gerente do estabelecimento.
As testemunhas ficaram divididas entre a razão do dono do bar e o consumidor, mas foi o Procon quem decidiu a questão. O coordenador do órgão, Bruno Souza, reconhece os prejuízos causados pelo desperdício, mas diz que a taxa é ilegal:
Embates como este têm acontecido em todo o país, tanto nos estabelecimentos que comercializam alimentos como na própria casa do consumidor. Levantamento feito pela Embrapa, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, mostra que cada família brasileira desperdiça cerca de 350 gramas de comida por dia.
O campeão do desperdício é o arroz, depois da carne bovina, o feijão, a carne de frango, os vegetais e as frutas. A realidade é entristecedora, diante de um país onde tanta gente ainda passa fome.
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