Quem passou pelo centro de Pará de Minas ontem percebeu uma movimentação diferente. Grupos de pessoas em pontos estratégicos, distribuindo panfletos e carregando faixas enormes, mostravam a mobilização da cidade ao Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
A campanha levou o nome de “Faça Bonito”, incentivando as pessoas a fazer denúncias contra esse tipo de crime. A mobilização reuniu profissionais do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), assim como do Conselho Tutelar e outros órgãos voltados para a proteção dos menores.
A blitz educativa teve como ponto de apoio a Praça da Matriz e foi vista em espaços de grande frequência popular da cidade, com a panfletagem do material educativo. O alvo da campanha foi alertar a população que os casos de violência sexual também estão crescendo em Pará de Minas.
Como muitos deles acontecem dentro de casa, só mesmo através de denúncias será possível combatê-los, daí a importância da sociedade se ligar nos caminhos que podem mudar esta triste realidade.
O secretário de Assistência Social, Flávio Medina, participou da blitz na esperança de ver o fim desta situação:
Além da facilidade que as pessoas têm para fazer denúncias, é garantido a elas o anonimato:
A Polícia Civil de Pará de Minas confirma o amadurecimento da população em relação às denúncias. Segundo o delegado Regional Carlos Henrique Gomes Bueno elas têm crescido também, o que é muito importante no processo de combate à exploração sexual dos menores:
O delegado Carlos Henrique também confirmou que os casos de violência sexual aumentaram em Pará de Minas durante a pandemia:
A Polícia Civil também divulgou ontem números alarmantes dos abusos sexuais registrados em Minas Gerais no ano passado. A cada hora, 17 crianças e adolescentes foram vítimas desse tipo de crime. O levantamento também detalha o perfil das vítimas. Meninas entre 12 e 17 anos são as maiores vítimas de violência sexual, cerca de 53% do total.
Já os meninos da mesma idade representam 5%. Dados de crimes de maus tratos, lesão corporal, abandono de incapaz e ameaça contra crianças e adolescentes também chamam atenção. Foram mais de 13 mil registros em Minas só no ano passado.
Fotos: Prefeitura de Pará de Minas/Divulgação