Os produtos Coopará, que são tradicionais e muito apreciados pelos consumidores da região há mais de 70 anos, desapareceram do mercado. A diretoria da Cooperativa dos Produtores Rurais de Pará de Minas luta para que essa ausência seja passageira. A suspensão das atividades do laticínio é consequência da falta do leite in natura, principal matéria-prima para a fabricação de derivados como queijos, requeijão, doce de leite e bebida láctea.
Os pequenos produtores filiados à Coopará não suportaram os constantes atrasos na folha de pagamentos e passaram a entregar o leite para outros laticínios. Com isso, a produção se tornou inviável. O laticínio da Coopará tem capacidade para receber até 40 mil litros/dia e de quatro meses para cá passou a receber apenas 3 mil por dia. O processamento desta pequena quantidade de leite aumentaria os prejuízos.
Sem saída, a diretoria suspendeu totalmente as atividades do laticínio e busca alternativas de caixa para viabilizar a retomada. A principal delas é a venda de alguns imóveis que pertencem à cooperativa, localizados em áreas valorizadas. Mas para isso acontecer é necessário o aval do Conselho Administrativo, que está discutindo o assunto.
Segundo o presidente Juvenal Franklin Fonseca, a venda de parte do patrimônio devolverá à Coopará a condição de pagar as dívidas, manter o fornecimento dos produtores em dia e ainda fazer um capital de giro para as atividades cotidianas:
Devido às dificuldades de caixa, a Coopará está pagando os salários dos funcionários com atraso de duas semanas. Já os diretores estão sem receber a um ano. Para conter gastos, também está havendo acúmulo de funções, uma vez que o diretor Administrativo também assumiu a área Financeira.
A Coopará ainda está buscando apoio do poder público, visando a isenção de tributos municipais neste ano. Uma reunião entre representantes da diretoria junto a vereadores e o prefeito Elias Diniz está sendo agendada.
Fotos: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM