Os paraminenses estão com medo de falar de política, temendo represálias e a violência. O Jornal da Manhã fez esta constatação durante todo o dia de ontem, ao percorrer ruas centrais e enfrentar a resistência de populares diante de perguntas sobre o cenário político.
O foco da reportagem era a repercussão do ataque a tiros, que terminou com a morte do tesoureiro do PT, em Foz do Iguaçu, durante uma festa de aniversário. O caso escancarou o grau de violência que pode marcar o processo eleitoral deste ano.
Quase todas as pessoas que manifestaram opiniões ao JM não quiseram gravar entrevistas, por medo de críticas e até de confusão com amigos e familiares. Os homens fugiram das respostas, enquanto as mulheres se mostraram mais pacificadoras, deixando a violência de lado para manifestar insatisfação com outras faces do cenário.
Nos áudios a seguir, de Guilhermina Damasceno, Suzane Duque e Ângela Santos, o resumo das manifestações do eleitorado feminino:
Segundo avaliação do cientista político Adriano Cerqueira, professor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), o registro de episódios violentos não necessariamente é uma exclusividade desta eleição. O problema de sempre é que os partidos e candidatos, de uma forma muito racional, utilizam estratégias de comunicação política que visam tirar o eleitor da zona de racionalização e levá-lo para o lado emocional.
Os eleitores são atraídos por discursos que só falam coisas boas de um e demonizam a candidatura adversária. E aqueles que não sabem separar isso se exaltam ao ponto de cometer crimes, como a tentativa de homicídio contra o então candidato a presidente Jair Bolsonaro, que foi atacado em Juiz de Fora e quase morreu por causa de uma facada.
E a violência política não cresce apenas no Brasil. Na semana passada o mundo ficou chocado com o assassinato do ex-premier do Japão, Shinzo Abe, que foi atingido por tiros de uma espingarda caseira durante discurso de campanha.
Foto Ilustrativa: Arquivo/Rádio Santa Cruz FM