Trabalhadores da construção civil, que estavam atuando em uma obra na rua Araxá, próximo ao cruzamento com a avenida Ovídio de Abreu, procuraram o sindicato da categoria para denunciar condições análogas à escravidão.
O caso aconteceu na tarde de ontem envolvendo quatro funcionários, todos de outros Estados, que vieram a Pará de Minas para trabalhar na construção de um condomínio no final da rua.
Eles foram atraídos por um anúncio de emprego e tinham a promessa de ficar em um alojamento, mas encontraram uma estrutura totalmente diferente. O pesadelo começou há dez dias, com a chegada dos trabalhadores.
O alojamento, montado próximo ao canteiro de obras, é pequeno, tem bicamas e colchões bastante desgastados e apresenta condições precárias de higiene. Segundo relatos dos trabalhadores, além da convivência entre si, eles também tinham a companhia quase diária de ratos.
Mesmo diante dessa situação continuaram trabalhando, mas ontem chegaram no limite. O Jornal da Manhã esteve no local e conversou com três dos quatro funcionários: José Samuel Dantas, que veio do Rio Grande do Norte, Arflani Guedes, é de Belém do Pará, e Anderson Silva veio de Praia Grande, litoral de São Paulo.
Diante do impasse para receber o dinheiro e das condições insalubres, eles acionaram o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Pará de Minas. O assessor de Base da entidade, José Roberto de Souza, ficou impressionado com o flagrante.
Depois de percorrer as instalações, fez um relatório sobre o ocorrido e encaminhou para as autoridades competentes. Segundo José Roberto, a empresa responsável pela construção deve agir rápido, pois há o risco da obra ser embargada.
Mas não foi apenas a situação do alojamento que chamou atenção do sindicato. José Roberto ainda constatou outras irregularidades no canteiro de obras, que também foram inseridas no relatório.
O condomínio que está sendo construído na rua Araxá é de responsabilidade da Construtora Limac. Nenhum representante da empresa esteve no local para dar entrevistas. Nós tentamos contato por telefone no início da noite de ontem com a construtora, mas também não conseguimos falar com nenhum responsável. O espaço segue aberto para os devidos esclarecimentos.