Empresários do setor de panificação estão na expectativa para os resultados da produção brasileira de trigo.
A semeadura começou em maio, se estendendo pelo mês de junho, e a colheita deve ocorrer até outubro. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que a produção brasileira alcance 8,4 milhões de toneladas, um crescimento de 8% em comparação com a safra passada, o que se configuraria como um recorde.
A estimativa é influenciada, principalmente, pelos estados do Paraná e Rio Grande do Sul, que respondem por 90% da produção nacional. Mas outros estados, como São Paulo e Minas Gerais, além das federações do Nordeste, também devem ter boa parcela no resultado final.
Para Luiz Pessamílio, proprietário da Padaria Paladar, se as previsões de alta se confirmarem, o mercado espera preço melhor pelo grão, o que pode amenizar os custos de uma das matérias-primas fundamentais para o setor.
Pelo lado do consumidor, a expectativa é tão grande quanto do empresariado para preços melhores, afinal, o café da manhã ou da tarde já está pressionando demais o orçamento mensal. Marinho Ferreira falou conosco.
Ao lado de outros custos, como o gás de cozinha e a energia elétrica, o trigo se tornou uma grande dor de cabeça para os proprietários de padarias, justamente pelo fato de boa parte dele ser importada de países como Argentina, Canadá e Estados Unidos.
Para se ter ideia do quanto essa matéria-prima influencia o setor, a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados diz que, nas massas, em média, 70% do custo é de farinha. Nos biscoitos, o peso é de 30%, e nos pães e bolos industrializados, de 60%.
Mas por enquanto, tudo ainda está no campo das previsões, já que no dia a dia o setor ainda sofre para bancar os custos e não repassar integralmente os aumentos ao consumidor. Em sua padaria, Luiz Pessamílio tem feito o possível para evitar repassar os reajustes.
Além dessas medidas o empresário informou que está investindo em energia fotovoltaica a fim de reduzir o custo com a energia elétrica, especialmente a longo prazo.