A falta de medicamentos à disposição dos consumidores em geral vai muito além dos baixos estoques encontrados nas farmácias e drogarias. O Jornal da Manhã está acompanhando a situação, que já dura alguns meses, e não tem perspectivas de melhorar em curto prazo.
O vilão da história é a dificuldade que o setor está enfrentando em relação à importação dos insumos imprescindíveis para a fabricação dos remédios nos labotatórios.
Mas os problemas também vão se agravando nas chamadas ‘farmacinhas das prefeituras’. Segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM), oito em cada dez cidades brasileiras registram falta de medicamentos básicos para tratamento de pacientes.
Entre os mais citados estão amoxilina, dipirona, azitromicina, prednisolona e o ambroxol. Em grande parte dos municípios, o desabastecimento persiste há quase 90 dias.
E o que mais preocupa a CNM é que 59% das cidades informaram que não têm prazo para solucionar o problema, porque parte desses medicamentos é enviada pelo Ministério da Saúde e o restante pelos próprios Estados.
Em Minas Gerais, a Secretaria Estadual de Saúde informou que 51 remédios estão com estoques zerados. Na lista, estão os indicados para tratamentos de doenças como câncer, esquizofrenia, parkinson e malária.
A situação é mais grave para os pacientes com câncer, porque tem medicamentos utilizados na quimioterapia sem outras opções, e isso se torna um risco potencial de morte para eles. Casos de pneumonia também preocupam porque o problema pode ser agravado pela falta do medicamento.
Já a realidade de Pará de Minas é um pouco melhor que os demais municípios do Estado porque, já prevendo a situação, a prefeitura antecipou a compra de boa parte dos remédios que são distribuídos na farmacinha.
A informação vem do secretário de Saúde, Wagner Magesty. Segundo ele, a prefeitura está conseguindo atender todos os pacientes que necessitam dos medicamentos adquiridos com recursos do município.
Mas o mesmo não está acontecendo com os remédios que fazem parte da distribuição de responsabilidade do governo de Minas. A lista já tem 56 nomes que vão desde os medicamentos mais simples até os de uso contínuo.
Para não prejudicar o tratamento dos pacientes muitas famílias passaram a arcar com os custos dos remédios, mas a conta está pesando demais. A maioria dos casos, entretanto, é de famílias que não conseguem comprar os medicamentos e, nesse caso, a saúde deles vai ficando mais comprometida.
Magesty e os demais secretários municipais de saúde têm feito cobranças frequentes ao governo estadual, mas sem sucesso. E frustrado, diz que não tem esperança de uma solução rápida.
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