Polêmica na Feira de Artesanato de Pará de Minas, também conhecida pela sigla de Artepam. Dissidentes da feira querem voltar a trabalhar na praça Padre José Pereira Coelho, mas a diretoria não concorda e alega que a prefeitura está tentando desativá-la.
Criada em setembro de 1988, a Artepam reúne dezenas de artesãos na cidade e é responsável pela organização da feira, que acontece nas manhãs de sábado na Praça Padre José Pereira Coelho.
Há alguns meses, porém, cerca de 20 artesãos resolveram se afastar e montaram outra entidade. Inicialmente, eles tentaram levar a exposição dos produtos para a praça Torquato de Almeida, o que não foi permitido pois o espaço é tombado pelo patrimônio público.
Depois conseguiram autorização para a avenida Brasil, mesmo local onde funciona a Feira de Hortifrutigranjeiros, porém em dia diferente. O movimento foi aquém do esperado e os artesãos pediram uma reunião com a Secretaria Municipal de Cultura para voltarem à praça central.
O encontro foi realizado e, também, contou com a presença de membros da Artepam e dos artesãos independentes. Glaydston Felipe, assessor Executivo da pasta, acompanhou as negociações e explicou o que ficou decidido pelos feirantes.
Como o chamamento público deve levar cerca de 45 dias para ser publicado, ficou acertado que os artesãos que querem atuar na feira podem solicitar o alvará provisório, que já estão sendo expedidos na Secretaria de Cultura. Segundo ele, o artesão que não tiver o documento será impedido de trabalhar na praça Padre José Pereira Coelho já a partir de sábado.
Apesar da decisão unânime, segundo apontou Glaydston, a diretoria da Artepam não concorda com a proposta da secretaria e diz que a volta dos artesãos dissidentes é uma concorrência desleal para os atuais membros da associação. A presidente Roseli Cristina de Medeiros conversou conosco.
Roseli Medeiros ainda acusou a secretaria de pressionar a Artepam a aceitar que os outros artesãos trabalhem na praça, sob a alegação que, se a associação não concordar ela poderá ter seu alvará cassado. Contudo, segundo o assessor Executivo da pasta, essa informação não procede.
O Jornal da Manhã também conversou com Geralda Carvalho, artesã que ontem esteve na Casa da Cultura solicitando o seu alvará provisório. Ela está contando as horas para voltar à praça central e diz que, quanto mais expositores, melhor para o artesanato paraminense.
Segundo estimativa da Secretaria de Cultura, a praça Padre José Pereira Coelho comporta até 45 barracas de maneira confortável. A expectativa é que o espaço esteja cheio já neste sábado, quando ambas as associações poderão atuar juntas no local.