Não é à toa que a rede supermercadista de Pará de Minas, assim como as várias lojas especializadas em produtos de higiene pessoal, tem reclamado da queda nas vendas nesses últimos meses.
É que o endividamento das famílias, que nunca esteve tão alto como agora, passou a comprometer também os hábitos de higiene pessoal. Até os banhos foram afetados, confirmando a falta de dinheiro no bolso do trabalhador na maior parte do tempo.
O comportamento dos consumidores de nossa cidade acompanha as mudanças de hábitos no país. Sufocados pela alta dos produtos, eles têm diminuído até mesmo a compra de sabonetes.
Segundo levantamento, um em cada cinco brasileiros passou a tomar banho sem sabonete. O shampoo também passou a ser usado em menor quantidade e para render mais, os consumidores têm diluído o produto com água. Com o condicionador é a mesma coisa.
Produtos das marcas mais caras têm baixa venda, mesmo sendo de qualidade elevada, e por isso passaram a ocupar espaço bem reduzido nas prateleiras. A estratégia dos supermercados e lojas do segmento tem sido a de oferecer alternativas e com isso os mais baratos se tornaram os preferidos.
Mas a dificuldade de acesso aos produtos de higiene não se deve apenas à baixa renda. É que eles têm subido muito de preço. Somente no primeiro semestre, o sabonete registrou alta de 42%, enquanto no shampoo e no condicionador a alta beirou os 50%.
Lojistas se mostram escandalizados com as altas e ainda lamentam a elevadíssima tributação sobre essas e outras linhas que, por fazerem parte da higiene pessoal, deveriam ter preços mais em conta.
Economistas também avaliam a situação desta forma, confirmando que na medida em que o orçamento doméstico aperta, os consumidores passam a considerar esses produtos como supérfluos, já que entre comer e comprar shampoo ou sabonete, eles ficam com a primeira opção.E a situação não deve mudar em curto prazo, já que o país está com crescimento baixo desde 2014, que é um período muito prolongado.
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