Muito aguardado pelos prefeitos de todo o país, o Censo Demográfico do IBGE será finalizado somente em janeiro do ano que vem. A prorrogação reflete as dificuldades que o instituto tem enfrentado para concluir a pesquisa nacional.
O IBGE pretendia concluir as entrevistas, iniciadas em 1° de agosto, no final de outubro. Mas a falta de recenseadores, aliada a não participação de cidadãos no levantamento, levaram o instituto a adiar a conclusão para dezembro. Como os problemas persistiram, o Censo deverá ser finalizado somente no próximo mês.
Números divulgados pelo IBGE mostram o motivo da decisão de estender o levantamento. De 28 de novembro a 4 de dezembro, estiveram em ação mais de 60 mil recenseadores, o equivalente a 33% do total de vagas ofertadas no início da operação. Até o momento, em todo o país, foram recenseados quase 60 milhões de domicílios, o que corresponde a 78% do total planejado.
Já em Pará de Minas, o coordenador André Felipe Mendonça Duarte informa que o trabalho está mais adiantado, com 85% dos domicílios já visitados. A expectativa dele é de conseguir entregar os resultados ainda neste ano.
Em nível nacional, o IBGE pretende repassar os resultados do Censo Demográfico ao Tribunal de Contas da União (TCU) até o dia 26 de dezembro. Os dados são necessários para os cálculos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que é uma fonte de recursos para as prefeituras. A distribuição dos recursos é feita de acordo com o número de habitantes, onde são fixadas faixas populacionais, cabendo a cada uma delas um coeficiente individual.
Segundo foi informado pelo Jornal da Manhã, com uma população oficial estimada em 95.616 pessoas, Pará de Minas tem uma participação de 3% no FPM, mas, caso ultrapasse a marca de 102 mil habitantes, o que é esperado pelo prefeito Elias Diniz, essa participação será de 3,02%.
Os efeitos também serão sentidos na Câmara Municipal, conforme prevê a Constituição Federal. Atualmente, a lei prevê que, em cidades com 50 mil a 100 mil habitantes, o salário do vereador deve ser de, no máximo, 40% do que recebe o deputado estadual. Mas se o município tiver entre 100.001 e 300 mil habitantes, esse teto sobe para 50%.
Hoje, o vereador de Pará de Minas ganha, em valor bruto, R$ 10.126,87, o que representa 39,99% do subsídio bruto de um deputado estadual, que é de R$ 25.322,25. Em um eventual reajuste para 50%, o valor iria para R$ 12.661,12.
Foto: Ronni Anderson/Rádio Santa Cruz FM