Fracassou a tentativa da Coopergranel em resolver definitivamente a situação financeira da Coopará. Além de adquirir dois imóveis, cujo dinheiro foi usado na quitação de dívidas mais urgentes, a Coopergranel tentou viabilizar o reinício do laticínio, mas não conseguiu.
Segundo fontes, algumas normas do estatuto impediriam, pelos próximos cinco anos, a captação do leite in natura que chega das fazendas e sítios dos produtores associados à Coopará.
Desta forma, as negociações voltaram à estaca zero, ou seja, a Coopergranel se afastou do processo e a Coopará continua em busca de parceiros. Com mais de 70 anos de mercado e uma linha de produtos muito bem aceita pelos consumidores, a cooperativa de leite de Pará de Minas vive a sua pior fase.
O laticínio está parado, a loja de conveniência fechada e no imóvel, que ocupa um quarteirão da avenida Presidente Vargas, só trabalham alguns funcionários, caso dos porteiros e outros no setor administrativo e financeiro.
Com dívidas ainda junto aos bancos e enfrentando a desconfiança do mercado financeiro, o que impossibilita novos financiamentos, a Coopará está à espera de um milagre que poderia acontecer com o surgimento de um investidor.
Esta é a perspectiva da diretoria e foi relatada ao Jornal da Manhã pelo conselheiro fiscal José Raimundo de Oliveira. Ele informa que mesmo endividada a Coopará tem patrimônio imobiliário mas, neste momento, ela precisa mesmo é de dinheiro em espécie. Seriam necessários cerca de R$5 milhões para negociação com os bancos, embora a dívida seja maior:
José Raimundo foi claro ao dizer que o laticínio somente conseguirá reabrir as portas com as dívidas zeradas:
Para pagar os funcionários ainda na ativa, a Coopará está se valendo dos alugueis das lojas onde funcionavam a conveniência, o supermercado e a fábrica de ração. A diretoria também chegou a colocar à venda o grande imóvel da Presidente Vargas, pelo valor de R$25 milhões, mas não surgiram compradores. Caso isso tivesse acontecido, ela removeria a estrutura do laticínio para outra área.
Foto Ilustrativa: Arquivo/Rádio Santa Cruz FM