Cinco dias depois dos ataques aos prédios dos Três Poderes, o clima em Brasília continua tenso, embora em menores proporções que no início da semana.
E foi de lá que o deputado federal Eduardo Barbosa falou ao Jornal da Manhã, avaliando a situação e fazendo um prognóstico do cenário político nacional. Ele não escondeu o seu estarrecimento diante dos fatos ocorridos no último domingo.
Disse que em 28 anos de vida parlamentar nunca imaginou que pudesse ver uma barbárie como esta, que deu as costas a um processo histórico com a destruição de peças importantes, sem falar no desrespeito à democracia.
Eduardo Barbosa também definiu como assustadora a ausência de uma repressão policial que impedisse a invasão dos manifestantes. Segundo ele, fatos assim assombram as gerações que lutaram pela redemocratização do país, para que os cidadãos tivessem liberdade plena.
Na visão do deputado, as manifestações que o país está assistindo estão carregadas de ódio e nem de longe representam cidadania. Ele lamenta a ausência de reconhecimento da importância da pluralidade partidária:
O deputado federal também reconheceu como importante a união dos três poderes neste momento:
Mesmo acreditando no amadurecimento do processo político, tanto por parte dos eleitores como dos que representam o poder em si, o deputado não tem boas perspectivas em relação ao fim da polarização:
E a Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito para investigar quem são os autores intelectuais dos atos praticados em Brasília, ocorridos no último domingo.
O documento diz que os autores intelectuais são aqueles que propagaram teorias golpistas que promoveram "mobilização da massa violenta", que praticou os atos de vandalismo na capital federal, e que os discursos que levaram à tentativa de golpe de estado naquele dia atacavam a legitimidade da democracia brasileira.
Além da abertura do inquérito, a PGR pede ao Supremo para determinar que Facebook, TikTok, Instagram e Twitter indiquem os perfis de usuários que foram reconhecidos como difusores massivos de mensagens atentatórias à democracia e contrárias aos resultados das eleições e aos poderes da República.
Foto: Arquivo/Rádio Santa Cruz FM