A escassez de ovos em países da Europa e nos Estados Unidos ascende o sinal de alerta no Brasil. Desde o ano passado, a venda da proteína está limitada em algumas nações e os preços dispararam diante da lei da oferta e procura.
Nos EUA, a falta de ovos tem como principal motivo a gripe aviária – doença que matou milhares de aves no país. Dados do Departamento de Agricultura norte-americano revelam que mais de 44 milhões de aves poedeiras, cerca de 5% do plantel total do país, morreram pela influenza.
Na Europa, a situação é ainda mais grave, pois, além da gripe aviária, os países estão sofrendo com a elevação de custos dos grãos e da energia elétrica, decorrente da guerra na Ucrânia. Há relatos de que, no Reino Unido, empresas limitaram a compra a uma dúzia de ovos por consumidor, ao longo de 2022.
No Brasil, a Associação Brasileira de Proteína Animal descartou o risco de escassez de ovos, mas o país pode ser afetado pela crise no exterior. Segundo o médico veterinário Vítor César, especialista no mercado avícola, se a situação se agravar nos países de grande consumo, o Brasil pode ser a alternativa para exportação do ovo.
Com relação ao mercado regional, ele revelou números da produção em Pará de Minas e no estado e disse que, a situação ainda é confortável.
Embora não acredite que a escassez atingirá a região a curto e médio prazo, o médico veterinário faz um alerta aos produtores. É que a influenza está se aproximando do Brasil e, caso seja detectada, tem potencial para causar muito estrago em toda cadeia avícola.
Ainda segundo o veterinário Vítor César, a produção de ovos no Brasil sofreu uma queda em 2021 na comparação com o ano anterior. Os motivos são a pandemia e os altos custos de produção, que inviabilizaram a continuidade dos pequenos produtores no mercado. Os dados de 2022 ainda estão sendo contabilizados pela Associação Brasileira de Proteína Animal.
Em contrapartida, também de acordo com informações da associação, o consumo per capita de ovos no Brasil está só aumentando. Em 2021, a média de consumo do brasileiro foi de 257 ovos. Esse número vem aumentando desde 2013.
Para 2023, o veterinário acredita que a produção deve ter estabilidade ou leve declínio, pois os custos ainda estão elevados e muitos produtores que saíram do ramo não devem retornar.
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