A preocupação dos funcionários da Santanense com o futuro da unidade de Pará de Minas vem aumentando nesses últimos dias, na medida em que eles não recebem informações sobre a possível data de retomada da produção.
Conforme o Jornal da Manhã apurou na última semana a falta de matéria-prima, no caso fio de algodão, foi o que provocou a suspensão de grande parte da produção, fato que já provocou algumas demissões na empresa.
O JM tentou contato com a direção da Santanense e também com o Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Pará de Minas, no entanto, as partes não se manifestaram. E agora um fato que deixa a categoria ainda mais preocupada está na reportagem divulgada pelo jornal Valor Econômico e a revista Matéria Prima.
As publicações mostram números do grupo têxtil Coteminas, do qual a Santanense faz parte. Segundo elas, o último balanço da Coteminas, apresentado em abril deste ano, mostra um prejuízo de R$400 milhões até setembro de 2022. Esse valor é quatro vezes maior que o prejuízo registrado em 2021.
O alto endividamento, queda no lucro operacional e a falta de capital de giro em um ambiente de perdas de vendas têm dificultado a sobrevivência do grupo, que é presidido por Josué Gomes da Silva, atual presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).
Ainda segundo as reportagens, a Coteminas tem buscado compradores para alguns ativos, como imóveis e a fatia de 30% de uma das empresas do grupo. A Coteminas é controladora da Artex, M.Martan, Casa Moysés e também da marca Santista. O grupo dispõe de 250 lojas no Brasil.
O grupo têxtil presidido por Josué Gomes também possui uma unidade em Blumenau, em Santa Catarina, com cerca de 1.500 funcionários, e neste ano, na planta fabril, os salários atrasaram duas vezes.
A Coteminas e a Santanense fecharam acordo preliminar com o grupo industrial chinês Shein, que envolve entrada de capital de giro nas operações, como forma de tentar dar impulso aos negócios, mas os resultados são tímidos. A situação também preocupa o mercado, diante da importância do grupo Coteminas no país.
Foto Ilustrativa: Reprodução/Google Maps