Com o avanço dos casos de dengue e chikungunya, a Regional de Saúde de Divinópolis convocou representantes dos 53 municípios – entre eles Pará de Minas – para discutir o cenário epidemiológico das arboviroses. O encontro acontecerá hoje, na Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), campus de Divinópolis, e contará, também, com membros do Governo de Minas.
O objetivo é definir uma atuação conjunta de ações para eliminação de focos do Aedes aegypti. Já são mais de 13.500 casos prováveis de dengue e 9 óbitos em investigação na Regional. A preocupação das autoridades de saúde é justamente agora, no período pós-carnaval, já que muitas pessoas passaram a folia em outras regiões e podem ter sido infectadas por outros sorotipos da dengue que não são tão comuns por aqui.
Em Pará de Minas, o Comitê de Arboviroses, criado em 2014, já está atento a essa possibilidade de alta nos casos nas próximas semanas. O grupo está alinhando ações com diferentes setores da prefeitura para reforçar o combate ao mosquito.
Uma delas foi voltada para as escolas. Segundo o presidente do comitê, Douglas Duarte, as serventes escolares foram treinadas para eliminar criadouros dentro das instituições, colaborando com o trabalho dos agentes de combate a endemias.
O Comitê de Arboviroses de Pará de Minas é composto por membros do Poder Público, incluindo prefeitura e Câmara Municipal, e sociedade civil, através de associações comunitárias. Segundo Douglas Duarte, diante da situação alarmante, o grupo passou a se reunir, pelo menos, duas vezes por mês, a fim de alinhar todas as ações e manter a proteção em toda a cidade.
Até o fechamento desta matéria, Pará de Minas contabilizava 743 notificações prováveis de dengue e 11 confirmadas. Nenhuma morte suspeita foi registrada. E a escalada da dengue em todo o planeta passou a preocupar também a Organização Mundial de Saúde (OMS). O órgão prevê que metade da população está sob o risco de contrair a doença, que já ameaça 500 milhões de pessoas nas Américas.
Só o Brasil já registrou neste ano mais de 500 mil casos. Segundo a OMS, com exceção da Europa, todas as regiões são afetadas pelo surto de dengue neste momento, o que especialistas consideram uma ‘emergência global’. A OMS reforçou um alerta importante às pessoas, no sentido delas investirem na prevenção para evitar os focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Cerca de 95% dos focos são encontrados nos domicílios.
As medidas de prevenção passam por cuidados simples, como evitar água parada. O uso de repelente também ajuda, mas é preciso escolher um bom produto e ficar atento ao período de reaplicação. Outro alerta das autoridades de saúde está nos medicamentos falsos de combate à dengue. Diante da alta incidência dos casos, muitos pacientes recorrem a atalhos para o tratamento, alheios aos riscos que remédios sem qualquer registro oficial venham a trazer.
Além de ineficientes, medicamentos e substâncias ingeridos sem supervisão médica podem ter sido produzidos sem as condições de higiene adequadas, sem qualquer fiscalização e ter contaminantes capazes de piorar o quadro de quem fez uso. Diante de quadros preocupantes de falsos remédios, as autoridades de saúde reforçam a alerta contra a automedicação.
Fotos: Ascom Prefeitura de Pará de Minas
