Ninguém pode negar. A nova rotulagem nutricional para alimentos processados e ultraprocessados está chamando atenção de boa parte dos consumidores. Os novos rótulos passaram a ser obrigatórios em outubro do ano passado, exibindo em letras graúdas os altos teores de açúcar adicionado, gordura saturada e sódio.
Desde então, supermercados e outros pontos varejistas que comercializam alimentos têm observado uma mudança no comportamento de boa parcela dos consumidores. De acordo com pesquisa nacional, apenas 20% dos compradores que perceberam as indicações nas embalagens não se importaram em consumir os produtos.
Já em Pará de Minas, segundo o Jornal da Manhã apurou junto a alguns gerentes supermercadistas, a mudança nesse tipo de relação de consumo tem sido maior, em torno de 25% a 30%. A informação deles está sustentada no registro de vendas diário, além de informações extras dadas pelos caixas que sempre ouvem conversas dos consumidores.
O fato é que a mudança na embalagem dos produtos está levando uma parcela crescente de consumidores a refletir sobre o que eles colocam no carrinho de compras. Uma das mudanças que mais chamam atenção é a presença da lupa preta nas embalagens, com indicação de ‘alto teor’ de açúcar ou gordura saturada. O índice de pessoas que têm desistido de comprar vai crescendo a cada dia, embora esteja longe do ideal.
Para os nutricionistas esse novo comportamento dos consumidores já mostra avanços importantes. É que agora, com as advertências aparecendo em destaque nas embalagens, as pessoas estão surpresas com o alto teor de ingredientes nocivos à saúde em alimentos que elas consumiam quase sempre.
Outro efeito da nova rotulagem que fez cair as vendas de determinados produtos já aparece na indústria de alimentos. O desafio das empresas será o de continuar fabricando produtos que agradem ao paladar dos consumidores e, ao mesmo tempo, sejam enquadrados no padrão saúde. Fácil de entender – uma redução substancial dos ingredientes nocivos à saúde vai afetar o sabor e pode comprometer as vendas.
Foto Ilustrativa: Arquivo Rádio Santa Cruz FM
