A Polícia Civil de Minas Gerais atualizou informações sobre a Operação Origem, deflagrada nesta semana, com o objetivo de combater o uso de carvão ilegal em siderúrgicas. Com apoio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, 80 agentes – entre delegados, investigadores e escrivães – cumpriram 13 mandados de busca e apreensão em várias cidades: Pará de Minas, Divinópolis, Formiga, Capelinha, Taiobeiras, Ninheira, Montes Claros e São Romão.
Aberto pelo Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Meio Ambiente, o inquérito apura a suspeita de que empresas rurais que cultivam eucalipto, destinado à produção de carvão vegetal, comercializavam o material para as siderúrgicas em quantidade muito superior à capacidade de cultivo, completando os carregamentos com carvão de origem nativa, com forte agressão aos biomas Cerrado e Mata Atlântica.
De acordo com a delegada Bianca Landau, a Operação Origem apura delitos ambientais graves. Os levantamentos feitos pela Polícia Civil indicam que indivíduos e empresas alvo da operação estão inseridos em associação criminosa para o desmatamento ilegal de mata nativa e consequente fabricação e receptação de carvão vegetal ilícito, sem a devida licença ambiental.
Além disso, foi constatado que os suspeitos faziam a inserção de dados falsos em Guias de Controle Ambiental visando dar aparência de legalidade às transações. Ainda segundo a Polícia Civil, os crimes ambientais estavam devidamente registrados nos autos, por meio de fiscalização desenvolvida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente.
Assim, nessa fase da operação, os agentes buscaram outros elementos para consolidar as investigações, tais como os de organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. A operação está comprovando a associação criminosa entre os empresários ligados à siderurgia e os produtores rurais, assim como a prática de receptação qualificada pela siderurgia, a identificação dos responsáveis pela emissão de Guias de Controle Ambiental ideologicamente falsos e o rastreamento dos lucros obtidos de forma ilícita. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
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