Considerada um berço cultural e histórico de Pará de Minas, sendo um dos bens tombados pelo Município, a praça Torquato de Almeida se tornou uma dor de cabeça para as autoridades e forças policiais. Toda representatividade do espaço para o desenvolvimento da cidade deu lugar a diversas ocorrências policiais envolvendo o tráfico de drogas e pequenos delitos nos últimos anos.
Segundo a Polícia Militar, de janeiro de 2023 até fevereiro deste ano, foram 125 operações na praça e 33 prisões, a maior parte por tráfico de drogas. A Guarda Civil Municipal também tem registros no local.
Foi lá a primeira prisão realizada pela instituição, no ano passado, quando uma mulher foi detida pelo tráfico. Há poucas semanas, os agentes foram até a praça para apurar denúncias de que uma outra mulher teria ameaçado comerciantes do Camelódromo. Porém, a suspeita não foi identificada.
Comerciantes da região não escondem o medo e o desconforto com o cenário atual. O Jornal da Manhã conversou com lojistas que preferiram não gravar entrevista com medo de represálias. O principal desafio na praça é o uso de drogas. Segundo relatos feitos à nossa reportagem por pessoas que trabalham ou frequentam a região, o consumo persiste e passa a sensação de insegurança.
De acordo com Fábio Santos, assessor de Defesa Social de Pará de Minas, as forças de segurança fazem as autuações, mas somente o uso das substâncias não resulta em prisão dos envolvidos.
A situação da Torquato de Almeida ganhou destaque entre a população na última semana, com o assassinato de uma adolescente a tiros em um dos lados da praça. O crime ocorreu à noite, quando o comércio estava fechado.
Para Fábio Santos, que também atuou por muitos anos na Polícia Militar em Pará de Minas, a solução para combater a criminalidade e, principalmente, o uso de drogas, passa por um trabalho em rede e de longo prazo.
Ainda segundo o assessor de Defesa Social, embora os problemas da praça sejam conhecidos, a Guarda Civil Municipal não consegue ficar o tempo todo no local, devido ao número de agentes e a demanda da cidade. A orientação é que as pessoas denunciem qualquer suspeita de ato criminoso às forças de segurança: Polícia Militar (190) e Guarda Civil Municipal (155).