A nova taxa de nascimentos registrada no Brasil atingiu o menor patamar desde 1977, segundo dados que acabam de ser divulgados pelo IBGE. E se comparada com os últimos cinco anos, ela também é a menor – caiu 10,8%.
A queda da natalidade no país integra uma transformação demográfica que já está em curso desde os anos 1960, acompanhando processos pelos quais passaram países desenvolvidos.
Segundo o IBGE, todas as regiões do país registram queda de nascimentos, sendo a maior delas no Nordeste, em torno de 6,7%. Os únicos estados que tiveram aumento da natalidade foram Santa Catarina e Mato Grosso.
O estudo mostra ainda que aproximadamente 39% dos nascidos em 2022 tinham mães com 30 anos ou mais e esses dados demonstram que as mulheres estão se tornando mães cada vez mais tarde.
Já em relação à gravidez na adolescência, em 2022 o Brasil registrou uma queda de 14% de meninas que se tornaram mães antes dos 15 anos. Essa taxa diminuiu também em todos os estados, a exceção do Mato Grosso e do Amapá.
E também houve queda da parcela que, antes dos 10 anos, teve filho. Em 2000, por exemplo, 21,6% das mulheres tinham menos de 20 anos quando se tornaram mães. Já em 2022, o índice caiu para 12%.
Ao analisar os dados, especialistas da Fundação Getúlio Vargas afirmam que a queda de fecundidade aconteceu primeiro nos estados mais ricos, mas hoje já é percebida em praticamente todo o país. Na medida em que aumentou o nível de escolaridade, as mulheres têm adiado a maternidade.
Já em Pará de Minas a realidade é diferente. Apesar das mulheres realmente estarem adiando a maternidade, por aqui a taxa de natalidade não diminuiu, a exceção de uma vez.
A pedido do Jornal da Manhã, o Cartório de Registros levantou os dados dos últimos quatro anos, confirmando o crescimento da taxa de nascimentos. Em 2020, por exemplo, nasceram aqui 1.080 bebês. Já em 2021, foram 1.116. No ano de 2022, esse número caiu um pouco, chegando a 1.094. Mas em 2023, voltou a subir e chegou a 1.151 nascimentos.
Mas voltando a falar da pesquisa do IBGE, um fato que também pode estar contribuindo para a redução do número de nascimentos é o crescimento dos divórcios no país. Desde 2015, o Brasil passou a registrar queda no número de casamentos, principalmente a durante a pandemia. O tempo médio de duração dos matrimônios caiu para 10 anos.
E das 25 cidades com maior taxa de divórcios no país, São Paulo continua sendo a campeã, com 26 mil. Em seguida, aparece o Rio de Janeiro, com quase 13 mil e depois Brasília, com 8.400.
Minas Gerais também entrou na lista das cidades com maior número de divórcios, através de nove delas: Virginópolis, Abre Campo, Açucena, Mantena, Bonfim, Tarumirim, Mesquita, Silvianópolis e Bonfinópolis de Minas.
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