De volta a Pará de Minas, mas por pouco tempo já que ele vai retornar ao Rio Grande do Sul na próxima segunda-feira, o presidente do grupo de socorristas voluntários Anjos do Asfalto, falou ao Jornal da Manhã sobre a maior tragédia da história daquele Estado.
Abatido e muito comovido com as cenas tristes que presenciou, Marcus Campolina descreveu um cenário de muitas perdas, tanto humanas como materiais. Como as chuvas voltaram a cair a situação pode se agravar ainda mais, aumentando o número de mortos e as dificuldades enfrentadas pelos desabrigados.
Marcus Campolina descreve a realidade daquela região da seguinte forma: “a tragédia do Sul é muito maior do que as duas tragédias juntas causadas pelas barragens da Vale em Minas Gerais – a de Mariana e a de Brumadinho”.
E a tendência do cenário sombrio é só de piora, porque quando as águas baixarem o número de mortos vai aumentar significativamente, além das perdas materiais incalculáveis em várias cidades. Canoas, onde os voluntários do Anjos do Asfalto estão ajudando mais, é uma das mais afetadas pelas enchentes:
Alimentar os desabrigados é outro desafio dos voluntários. As marmitas são feitas com poucos ingredientes e até a falta de água potável para limpar os talheres dificulta a ação solidária do dia a dia:
As vítimas não têm sequer condições de guardar alimentos ou roupas, exatamente pela falta de espaço apropriado. Marcus Campolina teme as chuvas previstas para esse fim de semana, que poderão agravar demais a situação porque as cidades são planas e, nessa condição, a água não baixa tão rapidamente. Aí o salvamento vai ficar mais difícil:
O grupo Anjos do Asfalto, através das unidades de Pará de Minas e Belo Horizonte, continua recolhendo donativos, especialmente alimentos e água mineral.
A expectativa do Anjos do Asfalto é de lotar duas ou três carretas de donativos até segunda-feira, quando o comboio deverá sair de Belo Horizonte em direção do Rio Grande do Sul. Os interessados em fazer doações podem ligar 37/ 99914 0015.
