Pode ser uma corrida de 5 ou 10 minutos, talvez um pouco mais ou muito mais, caso o motorista tenha sido contratado para fazer uma viagem. O fato é que os profissionais do volante, responsáveis pelo transporte de passageiros em seus veículos, se tornaram confidentes também. Taxistas, motoristas de uber e outros aplicativos ouvem dezenas de histórias todos os dias. Elas são curtas, até mesmo pelo tamanho da maioria dos trajetos, mas carregadas de emoção.
Alguns relatos tristes, outros alegres e também tem aqueles cheios de aflição. Do banco traseiro, boa parte dos passageiros costuma criar um laço fraternal com o motorista e menos de um minuto depois de iniciada a corrida, já começam a contar alguma coisa da vida pessoal ou profissional.
As mulheres são as mais falantes, aliás, nenhuma surpresa nisso, já que esta é uma das principais características da personalidade feminina. Geralmente elas fazem desabafos sobre os desafios do mercado de trabalho, de criar os filhos e da lida doméstica. Também costumam se mostrar exaustas com os compromissos do dia a dia.
Já os homens preferem falar de amenidades – futebol, cerveja e amigos – mas também é comum ouvir desabafos, principalmente relacionados a um momento ruim da vida pessoal ou amorosa. E os motoristas, o que fazem? Ouvem e, às vezes, fazem comentários rápidos e mais leves. O Jornal da Manhã conversou com vários profissionais em Pará de Minas, mas eles não quiseram gravar entrevistas com medo de serem mal interpretados e perderem clientes. Só este aqui conversou conosco:
E como já era previsto, as passageiras são as mais falantes, que é uma característica forte nas mulheres. Segundo o motorista, daria até para escrever um livro de experiências de vida:
Na avaliação dele, o que leva os passageiros a falar de amenidades ou a abrir o coração sobre determinados assuntos, é o fato de que conversar com estranhos é mais fácil:
O motorista está certo. A psicologia diz que, às vezes, é mais fácil falar com estranhos do que com os conhecidos. Existem pessoas com dificuldade de se relacionar com os mais próximos, por se sentirem inseguras. Já quando elas conversam com estranhos, não se sentem desconfortáveis e nem com vergonha ou medo de serem avaliadas negativamente.
Tem ainda outra questão séria que é a dificuldade de falar abertamente com medo de arranjar uma confusão muito grande porque, infelizmente, têm pessoas que não sabem ouvir críticas e nem dialogar. Ao primeiro sinal de uma conversa indesejada, elas gritam e se recusam a continuar conversando.
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