O número de suicídios registrados em Pará de Minas no último mês de maio foi assustador. Segundo levantamento feito pelo Jornal da Manhã, oito pessoas de diferentes idades deram fim à própria vida.
A situação também é preocupante em todas as regiões do Brasil, segundo psiquiatras. Levantamento feito por um grupo de trabalho da Câmara dos Deputados confirmou que, no país, a cada 45 minutos acontece uma morte por suicídio.
Outro dado triste é que para cada morte dessa maneira acontecem outras 20 tentativas. Os números são altos e preocupantes, exigindo ações de maior efetividade por parte do poder público e atenção redobrada das famílias.
Embora as causas dos suicídios sejam muitas, na maior parte das vezes eles acontecem por dois motivos – depressão e angústia. Daí a necessidade dos familiares ficarem sempre atentos a qualquer mudança de comportamento dos entes queridos.
O psicólogo Leone Mesquita falou do assunto ao Jornal da Manhã, chamando atenção da sociedade em geral para a necessidade da volta do diálogo aberto e sincero.
Segundo ele, em tempos tão tecnológicos como os que estamos vivendo, o ser humano passou a economizar palavras. Nas conversas por aplicativos, perguntas, respostas e até comentários sobre determinadas situações, são sucintos.
E até mesmo na presença física, as conversas estão ficando mais escassas devido ao vício de muitos em não desgrudar os olhos das telas. As pessoas estão se sentindo muito sozinhas, mesmo com muitos ao redor delas:
A busca pela permanência do diálogo, segundo Leone, é o único caminho para evitar o agravamento dos males emocionais:
O crescimento do número de suicídios e das próprias tentativas de autoextermínio está exigindo medidas mais eficazes do poder público, no sentido de desenvolver programas voltados para esse público.
E a situação aflitiva não acontece somente em Pará de Minas. A cada ano, mais de 700 mil pessoas tiram a própria vida no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O suicídio é considerado a quarta principal causa de mortes entre pessoas de 15 a 29 anos.
O aumento dos casos, inclusive de autolesão, é um retrato escancarado de que tem algo complicado acontecendo com a sociedade e quanto mais cedo o assunto receber a atenção merecida melhor.
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