Uma proposta polêmica encaminhada ao Congresso Nacional, pelo Governo Federal, vai impactar diretamente a vida dos motoristas de aplicativos no Brasil. Elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, ela cria a Regulação da Relação de Trabalho desses profissionais.
O texto encaminhado pela presidência da república propõe valor mínimo por hora rodada e a criação de uma contribuição previdenciária obrigatória para a categoria, com desconto na fonte e recolhimento pelas empresas.
Os motoristas de aplicativo já vêm se manifestando em Pará de Minas. A maioria se mostra pessimista diante da perspectiva da nova realidade. Uma das primeiras a se manifestar foi Débora Gonçalves, do aplicativo Paracar. Na opinião, a categoria vai perder:
Daerson Francisco e Bruno Artur, também do Paracar, foram categóricos ao dizer que os 300 motoristas habilitados pelo aplicativo, não conseguirão se manter na profissão, caso a medida seja aprovada.
Eles disseram também que está cada dia mais difícil permanecer nesta atividade profissional, já que as contas não fecham. A grande maioria mal está conseguindo sobreviver com o que ganha:
Os motoristas de aplicativo atendem cerca de 70% da população de Pará de Minas e os critérios para a regularização da atividade passam pela abertura de um CNPJ, como microempreendedor individual (MEI), ou com a Previdência paga em dia.Por esse motivo eles discordam da justificativa do governo federal, que pretende arrecadar mais valores previdenciários.
O repúdio à pretensão do governo federal já toma conta dos motoristas de aplicativos de todo o país. A categoria alega que todos vão perder – os motoristas terão de pagar mais impostos e os clientes irão pagar pelas corridas mais caras.