Profissionais responsáveis pelos setores de RH das empresas de Pará de Minas têm trocado mais informações, nesses últimos dias, sobre o comportamento geral dos trabalhadores. Não se trata de um assunto aleatório. O compartilhamento de informações na área cresceu a partir do crime ocorrido em Florestal na última semana, quando uma fofoca motivou a morte de uma trabalhadora, de 20 anos.
Segundo as testemunhas, a briga na sede de uma empresa de alimentos envolveu oito pessoas, sendo que o motivo da confusão foi o boato sobre uma suposta traição. Duas mulheres começaram a discutir e o marido de uma das funcionárias pegou uma faca e feriu as vítimas. Uma teve ferimentos superficiais, enquanto a outra não resistiu.
Não é a primeira vez que uma situação dessas acontece em um ambiente empresarial, mas o aumento da violência entre profissionais de todas as áreas tem chamado mais atenção dos especialistas. Na troca de informações entre os chefes do RH, já se apurou que muitas empresas de Pará de Minas estão detectando ambientes mais hostis de uns tempos para cá.
Em grande parte das situações, as brigas acontecem por motivos supérfluos, mas geram desgastes nos relacionamentos profissionais, às vezes até prejudicando o desempenho das funções. Segundo relatos, também cresceu o número de colegas de trabalho que não suportam mais a convivência, além daqueles que guardam ressentimentos profundos devido a críticas, calúnias e outros casos.
O psicólogo Antônio Carlos Goebel está acompanhando o assunto e considera importante a percepção das empresas sobre esta realidade preocupante. Segundo ele, a saúde mental precisa ser acompanhada de perto, daí a necessidade do RH empresarial estar atento e aberto a todos os movimentos:
A avaliação do psicólogo para o aumento da violência em geral, é que as pessoas estão tão expostas aos níveis elevados de estresse, que parecem ter se acostumado com isso:
Antônio Carlos também afirma que o aumento dos níveis de violência também se deve aos noticiários da imprensa e às próprias redes sociais:
E o assunto merece mesmo atenção especial, porque mais de uma a cada cinco pessoas empregadas já sofreu alguma forma de violência ou assédio no local de trabalho, segundo estudo recente realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
