O Plano Real fez aniversário ontem e a data provocou reflexões em todo o cenário econômico. Trinta anos depois do lançamento da moeda, que foi um divisor de águas no Brasil, as avaliações são positivas apesar da perda do valor dela. Passadas três décadas, com R$1,00 já não compramos mais as mesmas coisas de 1994.
Corrigido pela inflação da época, esse valor equivaleria, hoje, a apenas R$0,12. Ainda assim, o real vem se mostrando uma moeda sólida, com grandes possibilidades de fortalecimento. O Jornal da Manhã conversou com o economista Eduardo de Almeida Leite e ele apontou os pontos fortes e fracos do real. Lembrou que antes dele, tivemos cinco moedas e seis planos econômicos.
A inflação mensal chegava a 70% e passava de 2.000% ao ano. O cartão de crédito não podia ser usado porque as empresas não teriam como calcular os juros depois. Financiamentos longos, com parcelas fixas como temos hoje, também eram descartados.
Já os pontos negativos dessa trajetória, destacados por Eduardo Leite, estão nos gastos excessivos das esferas governamentais e na própria Constituição Federal do país, que assegurou mais direitos à população sem especificar a origem do custeio deles:
Segundo o economista, a combinação da área técnica do governo com a esfera política é a única forma de assegurar que o real continue como moeda forte:
Eduardo Leite ressaltou que a necessidade de valorização maior da moeda se deve principalmente à proteção das camadas mais pobres da sociedade:
Outro problema acenado pelos economistas que avaliaram a trajetória da moeda foi o cenário internacional, que levou à rápida desvalorização diante do dólar. Ainda assim, todos são unânimes em reconhecer a estabilidade do real e as grandes perspectivas dele se tornar mais forte pelos próximos anos.