O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) apontou que 50% dos estudantes brasileiros não ‘pensam fora da caixa’. Isso quer dizer que os jovens apresentam baixo nível de pensamento criativo para solucionar problemas sociais e científicos.
A pesquisa foi realizada com jovens de 15 anos em escolas de vários países do mundo. E o que preocupa é que o percentual registrado por aqui deixa o Brasil na 44ª atrás de países como Jamaica, Colômbia e Peru. No topo da lista, com os melhores índices de criatividade para solução de problemas, estão Singapura, Coreia do Sul, Canadá e Austrália.
O estudo divulgado há poucos dias, deixa para os educadores brasileiros uma missão neste período de férias escolares, a de repensar estratégias para mudar o cenário e provocar os estudantes. De acordo com Karla Vanessa Gilo, que é pedagoga e diretora do Colégio Apogeu em Pará de Minas, para reverter este quadro é necessário adotar abordagens pedagógicas que incentivem criatividade e inovação.
Karla acredita que ‘pensar fora da caixa’ é uma habilidade que pode ser desenvolvida ao longo do tempo. E ela aponta as ferramentas para esta transformação:
O desenvolvimento no nível de criatividade não está ligado apenas ao trabalho pedagógico. Segundo a diretora, é necessário um empenho coletivo envolvendo escola, família e sociedade:
A pesquisa realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) também, mostrou que entre os estudantes, as meninas registraram maiores níveis de pensamento criativo em relação aos meninos. Este resultado se deve ao fato delas receberem, desde cedo, maior incentivo ao hábito da leitura.
Outra questão levantada pelo estudo é quanto ao fator socioeconômico. Os estudantes com maior vulnerabilidade têm mais dificuldades de desenvolver o pensamento crítico. Uma explicação para isso seria o ambiente desafiador, a falta de recursos nas escolas e o tempo reduzido para atividades ligadas à criatividade.
Fotos: Arquivo Pessoal (Karla) e Ilustrativa Reprodução StockSnap (pixabay.com)