O número de casos de intoxicação por paracetamol em Minas Gerais tem preocupado bastante os profissionais da saúde. Só nos últimos três anos, cerca de 2.700 pessoas procuraram atendimento no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, por intoxicação com o medicamento.
Essa é a principal causa de atendimentos no setor de toxicologia da unidade. O paracetamol em si, não é tóxico, o problema é a superdosagem. A dose excessiva, em adultos, é acima de 4 gramas e, em crianças, acima de 200 miligramas.
Os sintomas iniciais incluem dor gástrica e, após 24h, vômitos e cefaleia. Há também o comprometimento renal e, se a pessoa não for tratada em tempo hábil, surge a insuficiência hepática, que é o principal mecanismo de óbito para pacientes não tratados.
O Jornal da Manhã conversou com o farmacêutico José Salvador Barbosa Filho a respeito e ele também confirmou que o medicamento pode, de fato, causar graves prejuízos à saúde. Não se deve consumir o produto em dose acima da recomendada pelos profissionais:
José Salvador
Os números de intoxicação também são altos no Brasil, inclusive, podem até ser maiores pela subnotificação dos casos. E a situação pode se agravar, já que esse tipo de medicamento é de fácil acesso, vendido sem receita, sendo a automedicação um dos principais fatores para a superdosagem. E fica outro alerta: altas dosagens de aspirina, dipirona e ibuprofeno, por exemplo, também podem causar problemas.