A menos de um mês para o Natal o comércio lojista de Pará de Minas vive um problema nacional. A garotada está escrevendo cartinhas diferentes para Papai Noel e ao invés de brinquedos, pede celular.
É uma situação que atinge todas as classes sociais, já que o aparelho é muito popular, sendo utilizado para o trabalho e lazer. Como criança costuma repetir quase tudo que os adultos fazem, elas também querem estar com um celular ao alcance das mãos.
Pedir um celular de presente não chega a ser novidade, agora o que chama atenção, neste momento, é a grande quantidade de crianças que não querem mais saber de brinquedos.
De cada dez pedidos de Natal, pelo menos sete são de celulares. Os pais assistem a essa mudança de comportamento com preocupação, até mesmo admitindo certa culpa, devido ao uso excessivo.
Mas a situação também cria entraves na outra ponta, porque atrapalha a indústria de brinquedos. Segundo levantamento nacional, já tem três anos que o faturamento do setor permanece estacionado em R$9,7 bilhões.
O setor tem feito de tudo para mudar a situação, inclusive apostando alto em publicidade, para mostrar aos pais que os filhos devem guardar boas recordações das brincadeiras de infância e não do seu tempo de tela.
Até pouco tempo o celular era o presente preferido de crianças e adolescentes, entre 6 e 17 anos. Agora, até os pequenos de três anos já trocam os brinquedos por ele.
Boa parte das famílias que já se renderam ao desejo dos filhos parece arrependida. Primeiro, porque ao invés de sossego agora precisam reforçar o monitoramento, para evitar acessos a conteúdos impróprios.
E depois pelo fato de perceberem que as crianças estão perdendo a habilidade de lidar com o tédio, que é um lugar criativo da brincadeira. Especialistas torcem para que a indústria de brinquedos se dê bem neste Natal e não é pelo fator financeiro. É questão de vida saudável mesmo.
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