Com o lema “Estive preso e vieste me visitar”, tirado do texto bíblico, a Pastoral Carcerária vem trabalhando junto às pessoas presas e suas famílias em Pará de Minas. Este movimento social, dentro da Igreja Católica, vem realizando um trabalho muito além da fé, em auxilio aos privados de liberdade.
Em seu trabalho de atendimento religioso às pessoas presas, agentes pastorais promovem um serviço de escuta e acolhimento, atuando também no enfrentamento às violações de direitos humanos e da dignidade humana que ocorrem dentro do cárcere. Em diálogo com os presos, alguns pedem orações, outros pedem ajuda no contato com a família, outros ainda querem apenas desabafar, ter alguém que ouça suas queixas e suas dores.
Mas para que o trabalho seja realizado de forma efetiva, que auxilie na ressocialização desses indivíduos, ainda há um longo caminho, que passa pela falta de entendimento das autoridades de execuções penais e pela superlotação dos presídios.
De acordo com o coordenador da Pastoral Carcerária de Pará de Minas, Heleno Gomes de Oliveira, o excesso de pessoas em um espaço pequeno é um processo de desumanização que não contribui para a melhora do sistema carcerário:
Heleno Gomes
Atualmente, o Brasil tem um déficit de 174.436 vagas no sistema carcerário. Dados do Relatório de Informações Penais, publicado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), mostram que a população carcerária no país é de 663.906 presos, enquanto a capacidade das celas físicas é de 488.951 vagas.
Ainda segundo Heleno, é preciso pensar políticas públicas para diminuir a criminalidade e investir na ressocialização dessas pessoas, como uma forma de mudança para esse cenário:
Heleno Gomes
Atualmente, a entidade não presta nenhum tipo de apoio jurídico, mas o objetivo é futuramente contar com a ajuda de advogados para atuar nas demandas de alguns presos que não tem família e fazer uma verificação junto ao fórum para regularizar diversas situações.