O movimento nas farmácias caiu bastante e o desaparecimento dos clientes tem preocupado o setor neste início de ano. Mas se engana quem pensa que a alta dos preços seja a causadora disso. O responsável pela queda nas vendas é a falta de medicamentos. Muitos, inclusive, além de indisponíveis, não têm previsão de reposição pelos laboratórios farmacêuticos.
O Brasil é dependente da produção de outros países e, em situação de desequilíbrio no cenário internacional, o acesso aos medicamentos é diretamente afetado. A alta do dólar é um dos principais fatores para o desaparecimento de muitos remédios, segundo confirmou o farmacêutico Carlos Bezerra.
A questão é a seguinte: com a compra de insumos dolarizada, não há perspectiva de regulação do mercado. Para driblar o problema, muitos estabelecimentos estão investindo mais na manipulação de alguns produtos:
A oferta de medicamentos por parte da indústria hoje é limitada. Cerca de 95% dos insumos para a produção deles, incluindo o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), o chamado insumo fundamental, vêm da China e da Índia. Além disso, a inflação também eleva o custo da cadeia de transportes.
Esses fatores fazem com que o custo de venda das farmácias não cubra os gastos com a produção. O fortalecimento do complexo industrial e do parque fabril brasileiro ajudaria bastante a melhorar o cenário.
Fotos: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM e Ilustrativa: Reprodução jarmoluk (pixabay.com)