O Levantamento do Índice Rápido de Infestação, mais conhecido pela sigla de LIRAa, confirmou o que a Vigilância Ambiental já previa – Pará de Minas está com alto risco de infestação para uma epidemia de dengue.
O índice foi divulgado pelo coordenador do setor, Douglas Carvalho Duarte. Ele informou que o município já alcançou o percentual de 7,5% na classificação de riscos e a menos que toda a população esteja envolvida no processo de prevenção, as consequências serão grandes.
Como o cenário facilita a propagação dos focos do mosquito aedes aegypti, devido às chuvas, a situação exige de imediato ações eficazes e, segundo Douglas, elas já estão começando:
Douglas pede o fim da resistência popular contra os agentes de saúde. Se não fossem as dificuldades impostas por várias famílias, no ano passado, o município teria enfrentado menos problemas:
O LIRAa apontou os bairros com maior índice de infestação: Padre Libério, Cecília Meireles, Walter Martins Ferreira, Castelo Branco, São José e Recanto da Lagoa. As outras regiões também estão poluídas, embora com menor número de focos. O levantamento foi realizado de 6 a 10 de janeiro.
As mobilizações programadas pela Vigilância Ambiental também vão envolver as secretarias de Obras, através do Setor de Limpeza, e Meio Ambiente. A prefeitura está montando uma força-tarefa para evitar o pior. A primeira ação acontecerá já na próxima sexta-feira, com um mutirão de limpeza no Residencial Cecília Meireles, a partir das 7h da manhã.
No ano passado, durante a epidemia, Pará de Minas registrou dez mortes provocadas pela dengue e outras três causadas pela chikungunya. A expectativa é que a situação não se repita agora. E o perigo está crescendo por todo lado. O sorotipo 3 da dengue registrou aumento em meio a testes positivos para a doença no Brasil, sobretudo em Minas Gerais, São Paulo, Amapá e no Paraná.
O cenário preocupa as autoridades sanitárias brasileiras, já que o vírus não circula de forma predominante no país desde 2008 e, consequentemente, grande parte da população está suscetível. Devido às notícias preocupantes que chegam de todos os estados, o Ministério da Saúde instalou o Centro de Operações de Emergência para dengue e outras arboviroses.
De acordo com a pasta, a ideia é coordenar o planejamento e a resposta por meio do diálogo constante com estados, municípios, pesquisadores e instituições científicas, além de outras pastas. Dentre as ações previstas estão a antecipação ao período sazonal da dengue para adequar as redes de saúde, mitigar riscos para evitar casos de óbitos, ampliar medidas preventivas para melhor preparar estados e municípios e uma articulação nacional para resposta e eventuais situações classificadas como críticas.
Fotos: Elias Hanke e Ascom Prefeitura Municipal de Pará de Minas