A oferta de insulina para pacientes com diabetes tipo 1 ainda não foi regularizada no Brasil. O país vive um cenário de escassez do medicamento, desde o ano passado, reflexo de uma limitação global. O cenário de redução mundial da produção ficou complicado, devido às dificuldades com a cadeia de suprimentos, e a previsão de normalização para o final de 2024 não se confirmou.
O setor farmacêutico enfrenta situação nunca vista antes e a distribuição de insulina atualmente está sendo feita quase que exclusivamente pela rede pública de saúde. A falta do produto é tão preocupante que as empresas da rede privada estão na torcida para que a distribuição continue sendo feita pelo SUS. O farmacêutico Jader de Faria Leitão, proprietário da Farmácia Cruzeiro, falou conosco:
Uma das estratégias tem sido migrar os pacientes que utilizavam as insulinas na forma farmacêutica dos frascos de 10 ml, que são as que sofrem a escassez global, para a modalidade de caneta de 3 ml.
Embora o estado de Minas Gerais afirme que a distribuição está regular, ainda há dificuldade de aquisição do medicamento. E não há solução em curto prazo, segundo informou o farmacêutico Clifford Resende. Por isso, ele dá dicas para que os diabéticos não sofram com a falta de insulina:
Recém construída em Nova Lima, a fábrica da BIOMM é uma promessa de melhora na distribuição de biomedicamentos, mas ainda não é capaz de assumir a demanda de todo o país. A esperança de Clifford é que a situação seja normalizada em curto espaço de tempo:
Em novembro, o Conselho Federal de Medicina (CFM) chegou a publicar uma nota, manifestando “profunda preocupação com a grave falta de insulina no Brasil”. No texto, o órgão lembrou que “a interrupção no acesso pode resultar em descontrole glicêmico, emergências médicas graves e até mesmo óbitos, configurando um quadro absolutamente temerário e inadmissível”.