Aposentado, e pela segunda vez. Essa é a nova realidade do 2º sargento da Polícia Militar de Minas Gerais, Tchesco Francisco Abreu Sobrinho, que é conhecido em Pará de Minas pelo apelido de ‘Pato Rouco’.
Ele ingressou na PM em 1986, iniciando a carreira militar na cidade de Mateus Leme. Dois anos depois foi transferido para a 19ª Cia Independente de Pará de Minas, onde permaneceu até agora.
Pato Rouco sempre foi um dos policiais mais temidos no município, principalmente depois que passou a trabalhar no trânsito. Era criticado também pelo que a opinião pública considerava uma indústria de multas.
Mas ele diz que nunca guardou ressentimentos, entendendo que seu papel na sociedade exigia o cumprimento rigoroso da lei o que, sem dúvida, provocava o descontentamento de muitos.
E não brincava em serviço. A média de multas anuais que ele aplicava, chegava a 1.600. Tinha ainda o reboque dos veículos, cerca de 400 por ano. Chegou até a responder uma sindicância, sob a acusação de que estaria beneficiando empresas do ramo:
Pato Rouco também recebeu ameaças de morte ao longo da carreira, mas não se deixou intimidar:
Mas na contramão dos insatisfeitos, ele também recebia elogios e manifestações de carinho das pessoas que salvou em acidentes de trânsito, assim como daquelas que conseguiu recuperar bens furtados e até da garotada, que gostava de tirar fotos com ele. Por isso deixou a PM com a sensação do dever cumprido:
Pato Rouco exerceu várias funções nos 37 anos da carreira, sem nunca ter sofrido uma punição. Também está entre os únicos três policiais dos 53 municípios subordinados à 19ª Cia que receberam medalhas de mérito, grau ouro.