A lei que limita o uso de celulares nas escolas públicas e privadas de todo o país, do nível infantil ao médio, não tem consenso entre os profissionais da educação e muito menos entre os alunos. O tema é polêmico e ganha mais discussões agora diante da proximidade do ano letivo. Só existe unanimidade mesmo em relação à necessidade de controle ou educação sobre o uso do celular.
Especialistas em educação afirmam que o maior desafio das escolas será lidar diretamente com as dificuldades e insatisfações que a proibição vai causar nos estudantes. E os psicólogos entram na discussão, afirmando que a decisão pode provocar alvoroço na mente dos alunos, porque o celular não é apenas uma ferramenta de comunicação, proporcionando conforto e segurança emocional.
Segundo eles, muitos dos alunos desenvolvem uma relação de dependência com o aparelho, para se sentir conectado socialmente ou até mesmo para aliviar o tédio e a ansiedade. E diante da proibição repentina, a privação do celular pode gerar irritabilidade, aumento do estresse e até mesmo sintomas de abstinência digital. As discussões também se arrastam em Pará de Minas, onde os diretores escolares procuram um caminho conciliador.
O diretor da Escola Fernando Otávio, Alfredo Couto, falou conosco. Lembrou que países mais avançados tem adotado esta medida, a partir da confirmação de que o uso do celular está acontecendo muito mais para fins de lazer do que para o conhecimento, propriamente dito. O mundo tem presenciado queda vertiginosa no conhecimento. Outra questão entendida é que o professor não tem como competir com o celular, devido os seus inúmeros atrativos.
Segundo Alfredo, um dos maiores desafios das escolas será o acompanhamento do impacto que a proibição vai gerar nessa fase inicial:
O diretor também defende o equilíbrio tecnológico, porque esse processo é irreversível:
O beabá da nova lei proíbe o celular tanto na sala de aula como no recreio, mas o aparelho poderá ser usado, com autorização do professor, para fins pedagógicos, para atender necessidades de saúde ou emergências. A fiscalização ficará a cargo de cada escola.
